Descida de juros e incentivos fiscais fazem disparar venda de casas. Estas são as que os portugueses mais querem comprar

A descida das taxas de juro, os novos incentivos fiscais para jovens e os preços elevados do arrendamento estão a levar cada vez mais portugueses a optar pela compra de casa. A procura por apartamentos no intervalo entre 150 mil e 210 mil euros mais do que duplicou no último ano.

A compra de casa voltou a ganhar força em Portugal, com a procura por habitação à venda a atingir, no final de 2024, um dos níveis mais altos dos últimos oito anos. De acordo com dados do idealista/data, a tendência foi impulsionada por uma conjugação de fatores: o aumento dos preços no mercado de arrendamento, a redução das taxas de juro e os novos incentivos fiscais dirigidos aos jovens, como a isenção do Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT).

A preferência dos compradores recai sobretudo sobre apartamentos com preços entre os 150 mil e os 210 mil euros, cuja procura mais do que duplicou num ano. No geral, as casas à venda entre os 90 mil e os 360 mil euros registaram aumentos homólogos superiores a 63%, refletindo uma forte pressão sobre o segmento mais acessível do mercado.

O interesse por imóveis aumentou em todas as capitais de distrito entre o final de 2023 e o mesmo período de 2024. Destacam-se Portalegre, Beja e Ponta Delgada, onde a procura por apartamentos mais do que duplicou. No caso das moradias, a cidade da Guarda registou o maior crescimento (105%).

Lisboa e Porto revelam dinâmicas distintas. Na capital, a procura por apartamentos subiu 54%, contra um aumento de 10% nas moradias. No Porto, deu-se o oposto: a procura por moradias aumentou 32%, enquanto os apartamentos registaram um crescimento de apenas 4%.

Nas cidades onde os preços de mercado são mais elevados, como Lisboa, a maior procura incidiu sobre imóveis entre os 180 mil e os 210 mil euros, com um aumento de 119%. Já nos segmentos de luxo, as casas acima dos 2 milhões de euros também duplicaram o interesse. No Porto, a maior subida ocorreu nos apartamentos entre 1 e 2 milhões de euros (+59%), embora se tenha verificado uma quebra na procura entre os 420 mil e os 600 mil euros, bem como entre os 2 e 3 milhões de euros.

No segmento das moradias, o intervalo de preços mais procurado situa-se entre os 120 mil e os 360 mil euros. As casas entre 120 mil e 180 mil euros foram especialmente cobiçadas, com uma subida de quase 80% no interesse dos compradores.