Desapareceram mais de mil crianças em Portugal em 2022: maioria dos casos são de jovens entre os 14 e 17 anos, aponta associação

Esta quinta-feira ‘comemora-se’ o Dia Internacional da Criança Desaparecida, sendo que, em 2022, desapareceram em Portugal mais de mil crianças, de norte a sul do país, sendo a maioria adolescentes entre os 14 e 17 anos, sublinhou esta quinta-feira a ‘CNN Portugal’, segundo dados da Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas (APCD).

“Em Portugal, em 2022, desapareceram 1.102 crianças menores de 17 anos”, explicou Patrícia Cipriano, que destacou que 178 tinham menos de 14 anos e as restantes 924 mais de 14. “Falamos de crianças que estão em instituições; falamos de fugas de casa, nomeadamente adolescentes; falamos de raptos nacionais e internacionais de menores e de subtração de menor”, apontou a presidente da associação.

A maioria dos casos resulta num final feliz. “São situações que se resolvem”, relatou a advogada, que destacou o sofrimento das famílias. “Arrisco-me a dizer que é das piores tragédias que pode acontecer numa família”, garantiu Patrícia Cipriano. “Estas famílias passam a ter a vida em suspenso, por não se saber o que aconteceu.”

Em Portugal, por iniciativa do Instituto de Apoio à Criança (IAC), o Dia Internacional da Criança Desaparecida foi assinalado pela primeira vez em 2004. Este dia serve para sensibilizar para a importância da proteção e capacitação das crianças para evitar que desapareçam.

De acordo com a “Missing Children Europe”, cerca de 250 mil crianças são dadas como desaparecidas anualmente na Europa – o que equivale a uma criança desaparecida a cada dois minutos.

A linha de apoio SOS Criança Desaparecida já recebeu, este ano, 50 apelos relacionados com o desaparecimento de menores, um número que se aproxima dos 58 registados em 2022 pelo Instituto de Apoio à Criança (IAC), número muito próximo do registado em 2022 (58 apelos), o valor mais elevado registado nos últimos 8 anos – em 2015, o IAC 60 apelos.

A maioria dos contatos está relacionada com fuga institucional (23), seguindo-se pedidos de informação sobre processos (14), rapto parental (quatro) e pedidos de informação sobre a linha de apoio (três). Houve ainda dois apelos por rapto e outros quatro contatos sobre crianças migrantes não acompanhadas, risco de desaparecimento, fuga de casa e outro tipo de desaparecimento.

“Esta linha recebe apelos, via telefone, e-mail, chat e WhatsApp de quem quiser comunicar desaparecimentos e/ou situações de abuso/exploração sexual, oferecendo aos apelantes orientação e apoio, a nível psicológico, jurídico e social”, explicou o IAC em comunicado.

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