Deputados de 33 países defendem maior autonomia estratégica para a UE

Deputados de 33 países, incluído quase toda a União Europeia (UE), manifestaram segunda-feira o seu “apoio inabalável à Ucrânia” e defenderam a importância da comunidade apostar numa maior autonomia estratégica, em coordenação com os aliados.

A Conferência Interparlamentar para a Política Externa de Segurança Comum e a Política Comum de Segurança e Defesa reuniu em Madrid parlamentares de 25 países da UE, incluindo Portugal, e de vários países candidatos ou associados, que analisaram os principais desafios que a UE enfrenta.

Ao longo do dia, os deputados analisaram a situação na Ucrânia e, em declarações de um minuto, concordaram em sublinhar o seu apoio inabalável a Kiev e salientar a necessidade de repensar as sanções que não estão a funcionar, bem como a relação com os países que estão a dar o seu apoio à Rússia.

“Qualquer país que esteja a ajudar a Rússia é tão culpado como a Rússia”, defendeu um deputado dinamarquês, que como muitos outros destacou a importância de enviar o material necessário, e não apenas de “abrir os nossos armazéns para ver o que há”.

Quanto à necessidade de avançar na autonomia estratégica da UE, o secretário-geral da Política de Defesa, o almirante Juan Francisco Martínez, alertou que “não se trata de avançar sozinho, o que seria um absurdo, mas sim de reduzir a dependência dos parceiros e aliados”, ideia que foi destacada pelo chefe do Estado-Maior da Defesa, Teodoro López.

O presidente do Senado, Pedro Rollán, encerrou o dia a realçar o “grande desafio” que será proporcionado ao dotar a UE dos instrumentos necessários para enfrentar questões geopolíticas de grande escala.

“A questão é se seremos capazes de continuar a ser um ator global que não será eclipsado por gigantes como os Estados Unidos e a China”, sublinhou.

“Temos muito em jogo neste desafio. Se não formos capazes de preservar a nossa autonomia estratégica, será difícil defendermos os nossos interesses comuns enquanto europeus, bem como a validade dos valores democráticos em que se baseia a nossa União”, acrescentou.

Além disso, Pedro Rollán considerou inevitável que a Europa redobre os seus esforços para reforçar a base tecnológica e industrial da sua defesa e tome medidas decisivas na construção de uma UE de Defesa em que sejam mantidos os padrões necessários de controlo, informação e consulta parlamentar.

A presidente do Congresso, Francina Armengol, afirmou também que a UE deve “comprometer-se em alcançar uma capacidade autónoma para responder às crises e resolver conflitos internacionais, compatível com a defesa clássica da NATO e das defesas nacionais”.

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