Crédito à habitação: Nova medida do Governo permite que prestação da casa desça 100 euros ou mais

O Governo irá aprovar e anunciar, esta quinta-feira em reunião do Conselho de Ministros, uma nova medida “que permitirá a redução e estabilização por dois anos do montante da prestação mensal, assim garantindo previsibilidade, ou seja tranquilidade, à vida das famílias portuguesas”. Na prática trata-se de um tipo de moratória no crédito à habitação, que em alguns casos permitirá que o pagamento mensal a fazer ao banco desça 100 euros ou mais.

Ainda não são conhecidos todos os detalhes nem a versão final do diploma, mas com as informações já avançadas de que este apoio levará a uma redução de perto de 30% dos juros suportados durante dois anos, as simulações feitas pela CNN Portugal indicam já uma redução considerável na prestação da casa.

Para um crédito à habitação de 150 mil euros a 30 anos, em que a prestação mensal atual seria de 760 euros, com o apoio do Governo o valor passaria para os 660. Representaria uma poupança de cerca de 100 euros todos os meses, durante dois anos. Findo esse período, e assumindo que as taxas Euribor descem entretanto, como se prevê, teria o devedor de começar a repor a benefício.

Já num empréstimo de maior valor, de 200 mil euros, a diferença entre a prestação atual e a com o apoio de ‘moratória’ do Governo é de perto de 150 euros.

A versão final do diploma só será conhecida hoje à tarde, mas já dá para ter uma ideia do impacto da medida.

Recorde-se que não se trata de um ‘desconto’ na prestação da casa, mas sim de um ‘empurrão’, sendo que o que agora não se paga terá de ser depois reposto mais tarde: a ideia é que as oscilações no valor a pagar aos bancos todos os meses não sejam tão intensas e não pressionem tanto as famílias, já estranguladas pela inflação e aumento do custo de vida.

“A atual crise inflacionista e os sucessivos aumentos das taxas de juro exigiram medidas de natureza conjuntural para apoiar as famílias”, apontou António Costa quando levantou o véu à medida, reforçando que “para as famílias que têm crédito à habitação reintroduzimos a bonificação dos juros e vamos agora melhorar para alargar o universo de beneficiários”.

Está previsto o alargamento dos apoios existentes e estabilização das taxas de juro nos contratos de crédito à habitação num período de dois anos, sendo que também o Executivo de Costa deverá aprovar uma clarificação dos critérios de atribuição do apoio à renda, olhando à tipologia de rendimentos considerados para o calculo do apoio.

A adesão à ‘moratória’ será voluntária, e este apoio decorreu de negociação entre Governo e a banca.