Covid-19: há cinco anos morria um turista chinês em França. Era o primeiro caso mortal do coronavírus fora da Ásia

Faz hoje cinco anos que aconteceu a primeira morte ligada ao vírus SARS-CoV-2 fora da Ásia: o Governo francês comunicou que um turista chinês de 80 anos, que morreu no decorrer de uma infeção pulmonar num hospital de Paris, foi a primeira vítima do coronavírus, que viria a causar a pandemia da Covid-19.

A 15 de fevereiro de 2020, as autoridades francesas já tinham registado 11 casos de infeção, sendo que na altura o vírus já tinha sido responsável por 1.500 mortes em todo o mundo, a ampla maioria das quais na China. Até então, apenas três pessoas haviam morrido fora da China continental: uma nas Filipinas, uma em Hong Kong e uma no Japão.

A vítima é um homem natural da província de Hubei, o foco do surto, que chegou a França a 16 de janeiro e seria hospitalizado e colocado em isolamento no dia 29. Porém, o seu estado de saúde piorou rapidamente e viria a falecer a 16 de fevereiro.

A 22 de fevereiro, viria a ser anunciada a primeira morte pela Covid-19 em Itália – um homem de 78 anos que tinha sido referenciado com sendo um dos dois casos de infeção pelo novo coronavírus em Pádua, na região de Veneto, no norte do país.

A 18 de fevereiro, 30 especialistas europeus reuniram-se na Suécia para discutir as medidas a serem tomadas em relação a este novo coronavírus sobre o qual ainda muito pouco se sabia.O ECDC estudou esses casos e destacou que as infeções locais não eram preocupantes. O organismo classificou o risco para a população como “baixo” e o risco para o sistema de saúde como “baixo a moderado”.

A 22 de fevereiro, viria a ser anunciada a primeira morte pela Covid-19 em Itália – um homem de 78 anos que tinha sido referenciado com sendo um dos dois casos de infeção pelo novo coronavírus em Pádua, na região de Veneto, no norte do país. Só a 25 de fevereiro, já com um saldo de quatro mortes em Itália, é que os critérios para testar casos suspeitos da Covid-19 são alterados.

Daniel López Acuña, ex-diretor de Ação Sanitária em Emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS), garantiu que “o vírus foi subestimado”. “Com o que já era conhecido, pode ver-se que a capacidade de transmitir o vírus não foi suficientemente valorizada, nem o impacto que as viagens internacionais poderiam ter…”, frisou.