Covid-19: Confinamento ao fim-de-semana é pouco eficaz, indica estudo

O confinamento ao fim-de-semana e a proibição de circulação entre concelhos são pouco eficazes, além de terem um grave impacto económico, aponta um estudo realizado pela consultora PSE a que a Executive Digest teve acesso.

Com base nas restrições do Governo implementadas até agora, uma equipa de analistas de dados da PSE estimou quais as que seriam mais e menos eficazes para travar a propagação do novo coronavírus e, simultaneamente, as que teriam maior e menor impacto na economia.

O estudo apurou então que “o incentivo de aulas online para alunos do 3º ciclo e ensino superior” está entre as melhores medidas, já que limita o movimento “de uma parte significativa da população portuguesa (cerca de 12%)”, além de criar “menor entropia cria à atividade económica”.

Juntamente com esta medida, “a manutenção obrigatória do teletrabalho” e a “limitação da lotação dos transportes públicos” são as restrições que “garantem eficácia máxima no controlo da pandemia e impacto menor na economia”, de acordo com os resultados da PSE.

Em oposição, medidas como o “confinamento total, confinamento em concelhos extremos e o trabalho alternado por equipas” são pouco eficazes no sentido em que têm um grande peso na atividade económica e geram “desemprego estrutural”. Porém, simultaneamente, são úteis para conter a pandemia.

Já a proibição de circulação entre concelhos, o recolhimento obrigatório às 13h aos fins-de-semana e encerramento do comércio a esta hora tem uma eficácia baixa na prevenção dos contágios, “dado o perfil de mobilidade da população durante a semana”. Assim, promove apenas uma “contração média” das deslocações das pessoas: “quaisquer limitações simplesmente horárias ou parciais ao comércio não inibem a mobilidade nem a economia”, aponta o estudo.

Por último, também o encerramento parcial do comércio não tem grande efeito na prevenção dos contágios. “A imposição de restrições horárias a pontos comerciais não se espera que tenha um impacto significativo na mobilidade, dado o comportamento e adesão dos portugueses às restrições até aqui impostas”, explicam.

A equipa de analistas da PSE também apurou que, no que toca aos comportamentos e atitudes dos portugueses, “a propensão de adesão a medidas restritivas é elevada”.

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