Covid-19: China sabia sequência genética do vírus duas semanas antes de a partilhar com o resto do mundo, aponta novo relatório
Um novo relatório norte-americano assegura que os cientistas chineses conheciam a genética do vírus da Covid-19 (SARS-CoV-2) duas semanas antes de partilharem informação sobre o agente patogénico com o resto do mundo.
Segundo acusa a Comissão de Energia e Comércio da Câmara dos Representantes dos EUA, o atraso das autoridades de saúde chinesas na divulgação das informações sobre o coronavírus, então desconhecidas, resultou num desperdício de tempo que seria vital para que o país (bem como o resto do mundo), de preparasse para a ameaça pandémica, agravando o impacto deste e o número de mortes que causou (e que neste momento já vai em mais de 7 milhões, globalmente).
A revelação, feita esta quarta-feira, sugere que a China sabia mais do que admitiu sobre o vírus duas semanas antes de publicarem a sequência genética do mesmo, e três antes de confirmarem publicamente que se verificava transmissão entre seres humanos.
O relatório apurou que a sequência viral que uma cientista de Pequim tentou publicar, numa base de dados, duas semanas antes de ser divulgada oficialmente, era praticamente idêntica à que veio a ser depois partilhada pelas autoridades chinesas.
esta sequência genética inicial foi submetida na base de dados do National Institutes of Health (NIH), pela cientista Lili Ren, investigadora do Instituto de Biologia de Agentes Patogénicos de Pequim, uma instituição ligada ao Partido Comunista Chinês.
A 31 de dezembro de 2019, o NIH disse à investigadora que a sua submissão tinha em falta algumas informações técnicas exigidas, e indicava que seria excluída se os dados não fossem submetidos.
A Comissão norte-americana assinala que o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA confirmou que a sequência genética do vírus submetida por Ren, era igual ao que depois foi partilhado pelo Centro de Controlo de Doenças (CDC) da China.
“Esta descoberta significativa sublinha ainda mais porque não podemos confiar em nenhum dos chamados ‘factos’ ou dados fornecidos pelo Partido Comunista Chinês e põe seriamente em causa a legitimidade de quaisquer teorias científicas baseadas em tais informações”, sublinha o relatório, perante a garantia dada pelo país de que partilhou o genoma do vírus assim que este foi descodificado.