Coreia do Norte enviou mais de 15 mil contentores de munições para a Rússia, denuncia relatório

A Coreia do Norte enviou mais de 15.800 contentores de munições para a Rússia num espaço de 18 meses, tornando-se um fornecedor essencial para a guerra na Ucrânia, revelou um estudo da ‘Open Source Centre’ (OSC) e da agência ‘Reuters’, que utilizaram imagens de satélite para identificar pelo menos 64 remessas norte-coreanas para a Rússia entre agosto de 2023 e março de 2025.

Os carregamentos provavelmente transportaram entre 4,2 e 5,8 milhões de munições individuais, apontaram os investigadores, sendo que foram envolvido no transporte de munições quatro navios de carga de bandeira russa: o ‘Angara’, o ‘Lady R’, o ‘Maria’ e o ‘Maia-1’.

O apoio contínuo de Pyongyang à guerra da Rússia ofereceu um suporte crucial para a posição de Moscovo na linha da frente da Ucrânia, numa altura em que a Administração Trump procura mediar a paz. A Coreia do Norte também enviou milhares de soldados para lutar contra a Ucrânia, em grande parte para ajudar Moscovo a repelir uma incursão das forças de Kiev na região de Kursk, na Rússia.

Moscovo teve de buscar apoio externo para a sua guerra e a sua economia debilitada, enquanto uma Ucrânia resiliente, apoiada pelo poderio militar dos EUA, vinha a oferecer uma defesa forte. A Rússia tem contado amplamente com a Coreia do Norte e o Irão para obter equipamentos militares adicionais, e com a China para grandes compras de petróleo e outros recursos para manter a sua economia à tona após as sanções punitivas do Ocidente.

No final de março último, a Coreia do Sul informou ter avaliado que a Coreia do Norte havia enviado cerca de 3 mil soldados adicionais para a Rússia em janeiro e fevereiro, após grandes perdas. O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse que a Coreia do Norte também tem enviado mais mísseis, equipamentos de artilharia e munição para ajudar a Rússia.

“O oleoduto de munições norte-coreano representa um desafio estratégico significativo. Ao permitir que a Rússia mantenha o seu ímpeto ofensivo, prejudica a eficácia da assistência militar ocidental à Ucrânia”, salientou o relatório da OSC. “Se não for resolvido, esse fluxo de armas pode inclinar o campo de batalha ainda mais a favor de Moscovo e acelerar riscos de segurança mais amplos na Europa e no Leste Asiático.”