“Continuamos a dar milhares de milhões de dólares a um homem que se recusa a fazer um acordo”: Trump acusa Zelensky de prolongar a guerra com a Rússia

Donald Trump acusou, esta quinta-feira, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, de se recusar a chegar a um acordo para pôr fim à guerra com a Rússia: num evento em Charlotte, na Carolina do Norte, o candidato republicano lançou um dos ataques mais contundentes ao líder ucraniano, que se vai reunir hoje com o presidente Joe Biden, assim como com a vice-presidente Kamala Harris, rival democrata de Trump na corrida à Casa Branca.

“Continuamos a dar milhares de milhões de dólares a um homem que se recusa a fazer um acordo: Zelensky”, atacou Trump aos seus apoiantes. “Não havia nenhum acordo que ele pudesse ter feito que não fosse melhor do que a situação que se tem agora. Tem um país que foi destruído.”

Recorde-se que Donald Trump tem indicado, repetidamente, que se for eleito para um segundo mandato procurará imediatamente um acordo entre Moscovo e Kiev, tendo reforçado a mensagem durante a campanha nos últimos dias. “Estaremos presos nesta guerra a menos que eu seja presidente”, já havia indicado num evento de campanha, na Geórgia, esta terça-feira. “Vou resolver isto, vou negociar, vou sair. Temos de sair.”

Donald Trump mostrou-se igualmente irritado com os comentários de Zelensky no início da sua visita aos EUA, nos quais questionou a capacidade do ex-presidente para mediar rapidamente um acordo. “O presidente da Ucrânia está no nosso país e a fazer pequenas calúnias desagradáveis ​​contra o seu presidente favorito.”

A visita de Zelensky aos EUA visa apresentar o plano de vitória de Kiev, que a colocasse numa melhor posição para resolver o conflito: embora seja expectável que apresente o plano a Biden e Harris, não há uma reunião marcada com Trump.

Além das críticas de Trump a Zelensky por se ter recusado a chegar a um acordo de paz com o líder russo Vladimir Putin, os republicanos ficaram perturbados com a visita do presidente ucraniano a uma fábrica de munições no estado indeciso da Pensilvânia, no início desta semana. Mike Johnson, presidente republicano da Câmara dos Representantes, pediu a demissão de Oksana Markarova, enviada da Ucrânia para Washington. “A viagem foi claramente um evento de campanha partidária concebido para ajudar os democratas e é claramente uma interferência eleitoral”, escreveu numa carta a Zelensky.

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