
Congressista americano leal a Trump quer renomear Gronelândia como “Terra Vermelha, Branca e Azul”: Dinamarca diz que é “absurdo” e pede “mais adultos na sala”
Earl “Buddy” Carter, congressista republicano apoiante de Donald Trump, apresentou um projeto de lei no Congresso para permitir que os Estados Unidos adquirissem a Gronelândia e mudassem o seu nome para uma referência patriótica à bandeira americana.
“A América está de volta e em breve será maior do que nunca com a adição de ‘Red, White e Blueland’”, apontou Carter, esta terça-feira. “Nós orgulhosamente daremos as boas-vindas ao povo da Gronelândia para se juntar à nação mais livre que já existiu.”
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A Dinamarca, naturalmente, ‘adorou’ a ideia, com Anders Vistisen a considerar a proposta “absurda” e prejudicial às relações diplomáticas. “Há claramente uma necessidade de mais adultos na sala quando a administração dos EUA formula a política externa”, apontou o eurodeputado dinamarquês, citado pelo jornal ‘POLITICO. “Se essas pessoas não conseguem ver o quão absurdas elas parecem, elas estão fora de contacto com a realidade.”
Donald Trump não escondeu a sua ambição de ter a Gronelândia, seja por coerção económica ou mesmo pela força militar, o que fez subir o alarme em Copenhaga e outras capitais europeias. “A Gronelândia não está à venda, e a única coisa que os EUA conseguem com esse comportamento é alienar um dos seus aliados mais leais e confiáveis na Europa”, apontou Vistisen, líder do grupo Patriots for Europe no Parlamento Europeu. “Os EUA não ficam mais fortes ao perder tal aliado — apenas mais fracos e irrelevantes para o mundo.”
O projeto de lei de Carter não é o primeiro que visa dar poder a uma aquisição dos EUA: em janeiro, vários congressistas republicanos copatrocinaram o “Make Greenland Great Again Act” para permitir que Trump entrasse em negociações com a Dinamarca para comprar o território gelado.
Nos EUA, a maioria dos projetos de lei deve primeiro ir para um comité relevante, onde podem ser debatidos e possivelmente emendados antes de serem votados. Não é incomum que projetos de lei frívolos sejam simplesmente ignorados — uma tática chamada de “poteose” — o que os impede de avançar para uma votação.