“Condições económicas frágeis podem levar a economia global a uma recessão”, avisa Banco Mundial

O Banco Mundial reduziu, esta terça-feira, as projeções de crescimento de 2023 para níveis à beira da recessão em muitos países, isto à medida que o impacto dos aumentos das taxas de juros do banco central se intensifica, a guerra da Rússia na Ucrânia continua e os principais problemas económicos do mundo estalam para níveis nunca antes vistos.

O credor disse esperar um crescimento do PIB global de 1,7% em 2023, o ritmo mais lento tirando as recessões de 2009 e 2020 desde 1993. Sublinha-se que no seu relatório anterior de Perspetivas Económicas Globais em junho de 2022, tinham previsto um crescimento global de 3,0% para 2023.

A entidade previu ainda, que o crescimento global em 2024 aumentaria para 2,7% – abaixo da estimativa de 2,9% para 2022 – e sublinhou que o crescimento médio para o período 2020-2024 seria inferior a 2% – o ritmo mais lento em cinco anos desde 1960.

Sublinham ainda que estes valores se devem às grandes desacelerações nas economias mais desenvolvidas, incluindo cortes acentuados na sua previsão de 0,5% tanto para os Estados Unidos como para Zona do Euro, que podem provocar uma nova recessão global menos de três anos após a anterior.

Segundo comunicado do Banco Mundial: “Dadas as condições económicas frágeis, qualquer novo desenvolvimento adverso – como inflação acima do esperado, aumentos abruptos nas taxas de juros para contê-la, ressurgimento da pandemia de Covid-19 ou tensões geopolíticas crescentes – pode levar a economia global a uma recessão”, referem.

Sublinham ainda que esta perspetiva mais negativa será especialmente difícil para mercados emergentes e economias em desenvolvimento, tendo em conta as pesadas cargas de dívida, moedas fracas e crescimento de renda e desaceleração do investimento empresarial que agora está previsto numa taxa de crescimento anual de 3,5% ao longo do ano.

“A fraqueza no crescimento e no investimento empresarial vai agravar as já devastadoras reversões na educação, saúde, pobreza e infraestrutura e a crescente procura da mudança climática”, refere o presidente do Banco Mundial, David Malpass, em comunicado.

Este novo relatório do Banco mundial surge num momento em que se espera que o conselho da entidade considere nesta semana um novo “roteiro de evolução” para a instituição expandir amplamente sua capacidade de empréstimo e lidar com a mudança climática e outras crises globais. O plano vai orientar as negociações com os acionistas, lideradas pelos Estados Unidos, para a maior reformulação do modelo de negócios do banco desde sua criação no final da Segunda Guerra Mundial.

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