“Compreendemos que haja apreensão, mas não há razão para alarme”: Montenegro tenta tranquilizar portugueses após reunir com Marcelo

Luís Montenegro, primeiro-ministro e líder do PSD, foi o primeiro a ser recebido pelo Presidente da República após o chumbo da moção de confiança que ditou a queda do Governo da AD e que deverá levar à marcação de eleições antecipadas, ocorrido ontem. Esta quarta-feira de manhã, após o encontro, Luís Montenegro tentou tranquilizar os portugueses, sublinhando que “não há razão para alarme”, ainda que defenda eleições antecipadas “o mais rápido possível”.

“Impõe-se dar uma palavra de tranquilidade, ainda que compreendamos a apreensão com a precipitação de uma nova eleição”, indicou Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas. “O país vive uma situação de consolidação do seu percurso económico e financeiro, felizmente estamos com uma taxa de crescimento económico e dinamismo da economia entre as melhores da Europa, estamos com equilíbrio nas finanças publicas, estamos com um nível de emprego especialmente alto e desemprego baixo, estamos numa conjuntura em que os portugueses veem reduzir carga fiscal e aumento de rendimentos”, enumerou o primeiro-ministro, sobre o período do último ano de governação da AD.

“A realização de eleições legislativas antecipadas, não sendo um cenário desejável, ainda assim temos todas as razões para poder dizer a Portugal que não vai haver perturbação”, reforçou Montenegro, explicando que “o PRR não está em causa”, assim como a prestação de serviços públicos ou a estabilidade financeira de Portugal.

“Apesar de compreendermos que haja apreensão, é importante referir que não há razão para alarme [de que os instrumentos democráticos não funcionem].

“Portugal continuará, no plano externo, a dialogar bilateralmente com os seus parceiros, com instituições multilaterais”, disse o líder do Governo, que garantiu também o “regular funcionamento das instituições democráticas”.

“Há condições para eleições decorreres no mais curto espaço de tempo. O Sr. Presidente da República tomará a sua decisão, não podemos antecipar”, continuou Montenegro, recusando responder se o cenário de eleições antecipadas foi o único discutido com Marcelo Rebelo de Sousa.

Ainda assim, referiu que “há todas as condições para que [as eleições legislativas antecipadas] se realizem nessas duas datas [já indicadas por Marcelo Rebelo de Sousa], a 11 ou 18 de maio.