Com coronavírus a pairar expectativa sobre reunião da Fed é ‘q.b’

A Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos inicia, esta quarta-feira, uma reunião de dois dias e, embora haja sempre margem para surpresas, os analistas não antecipam mudanças nas perspectivas das suas políticas, principalmente porque a Fed já não espera por estas reuniões para as executar, dado que há muito foi forçada a operar em ‘tempo real’. 

Segundo os analistas, não existe muitas hipóteses de a Fed retire algum dos apoios concedidos até que a ameaça da pandemia da covid-19 tenha, efetivamente, passado. 

A instituição liderada por Jay Powell já fez saber da sua intenção de compra ilimitada de títulos – ‘QE4ever’ – e a expansão da compra de dívida corporativa, ainda que na prática não possa adquirir uma quantidade ‘gigante’.  

Mesmo que os dados económicos “continuem sendo simplesmente dramáticos”, o mercado de ações vai apoiar-se na política da Fed até 2021, defende Ed Yardeni, presidente da Yardeni Research.

A Fed anunciou que começaria a comprar títulos a 23 de março, data da forte queda e reviravolta dos mercados, aliviando o stress sobre o crédito , dando sinais aos investidores que faria tudo o que estiver ao seu alcance de forma a evitar um colapso total do mercado.

A política da Fed, “QE4ever”, pode durar mais alguns meses enquanto o surto persistir, salienta Yardeni, acreditando que desta forma consegue reduzir o risco de uma segunda queda no mercado, mesmo que os dados económicos continuem aquém do esperado.

Atentos a esta reunião de dois dias, os mercados estarão expectantes e à procura de um qualquer sinal de Jay Powell sobre como a Fed vê a recuperação, sendo que Powell se tem mostrado confiante numa possível recuperação já no segundo semestre.

Contudo, as projeções oficiais não devem ser anunciadas até junho. 

Esta semana arrancou com o anúncio, por parte da Fed que decidiu expandir o seu programa de compra de títulos, reforçando os esforços para manter o dinheiro a fluir para os governos locais e estaduais sem dinheiro.

No âmbito do mecanismo de empréstimo municipal, a Fed está a comprar até 500 mil milhões de dólares em títulos do governo estadual e local. A instituição comprará dívidas de condados e estados com, pelo menos, 500 mil cidadãos e cidades com 250 mil residentes, ou mais.

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