Climáximo convida hoje “toda a sociedade” para resistência climática: artista e ativista Bordalo II associa-se ao protesto

“Parar Enquanto Podemos”: Climáximo convoca “toda a sociedade” a protesto para “entrar em resistência climática” e “parar a normalização da violência da crise climática provocada pelos Governos e empresas” este sábado. Bordalo II vai juntar-se ao protesto deste sábado. “As alterações climáticas são reais e temos de parar enquanto podemos”, escreveu o ativista e artista, na rede social ‘Instagram’.

“É tempo de nos unirmos e exigirmos mais dos nossos políticos e das organizações internacionais – reuniões onde se fazem promessas que não são para cumprir e orçamentos de estado que desprezam esta questão não são solução. Queremos mais”, escreveu Bordalo II na sua publicação. “Recorrendo a grandes montras luminosas que invadiram a cidade, trocámos a publicidade duvidosa por imagens verdadeiras de uma realidade que nos devia assustar a todos e mobilizar-nos para a ação”, acrescenta.

Este sábado, centenas de pessoas sairão à rua em Lisboa para a manifestação e ação de resistência civil em massa ‘Parar Enquanto Podemos’. Este protesto, convocado publicamente pelo coletivo, tem como objetivo “parar de normalizar a violência da crise climática” e criar uma “mobilização popular massiva” capaz de desmantelar a indústria fóssil e implementar um plano de transição assente na justiça social e que respeite os limites planetários.

Inês Teles, porta-voz do coletivo, criticou a COP29. “O que vimos nas televisões? Há pastéis de nata no pavilhão de Portugal, e o presidente do Azerbaijão refere-se ao petróleo e ao gás como uma dádiva de Deus. A banalização do colapso é total, enquanto Governos e empresas fósseis têm carta branca para expandir o seu arsenal de bombas de carbono, perpetuando ataques numa guerra contra a humanidade e o planeta”.

“No fim destas duas semanas de discussões vazias, após a eleição de um negacionista climático nos EUA e a aprovação, aqui, de um Orçamento do Estado que trata a crise climática como uma nota de rodapé, estaremos nas ruas para garantir que este não seja apenas mais um sábado ‘normal’. Recusamo-nos a seguir com as nossas vidas como se mais de 200 pessoas não tivessem morrido afogadas nas cheias em Valência, e como se não estivéssemos todos cada vez mais vulneráveis. Nada disto é natural ou inevitável: é o resultado direto das decisões dos nossos Governos e das empresas, de continuar a queimar combustíveis fósseis para proteger os seus lucros, mesmo sabendo que isso equivale a condenar a humanidade à miséria e morte no inferno climático. Temos de pará-los enquanto podemos,” afirmou Inês.

Em comunicado, o Climáximo afirma que esta mobilização foi construída ao longo de dois meses, contando com a presença de dezenas de pessoas em assembleias e em eventos públicos, incluindo na zona onde o protesto irá desenrolar-se. Foram também levadas a cabo várias ações diretas, apelando à sociedade para “parar de consentir” com a violência da crise climática e sair hoje à rua.

O protesto terá início às 15h na Praça Paiva Couceiro e segue pela Rua Morais Soares, onde serão interpeladas dezenas de pessoas nos passeios, cafés e lojas, convidando-as a juntarem-se à mobilização. Ao chegar à Praça do Chile, esta será bloqueada para “quebrar a normalidade catastrófica em que vivemos” e “abrir espaço na sociedade para a discussão urgente que não está a acontecer nos centros de poder: como agir em conjunto perante a maior crise que a humanidade já enfrentou”.

“A crise climática e as crises sociais não estão apenas interligadas; são, na verdade, a mesma coisa, e afetam todas as pessoas que vivem neste momento histórico. Eles são poderosos, mas nós somos milhões, e juntas podemos puxar o travão de emergência e desmantelar a indústria fóssil antes que seja tarde demais.”

Ler Mais





Comentários
Loading...