Ciclovias ‘pop-up’ e menos automóveis. O plano de Medina para tornar Lisboa numa cidade mais verde

No Dia Mundial da Bicicleta, que se celebra esta quarta-feira, 3 de Junho, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, confirmou a criação de um fundo de três milhões de euros para apoiar a compra de bicicletas – o Fundo de Mobilidade.

Na apresentação dos programas «Lisboa Ciclável» e «A Rua é nossa», Medina começou por lamentar o momento que atravessamos, com os olhos postos no amanhã. «Não escolhemos a pandemia que estamos a viver. Ninguém escolheu ter o vírus nem as suas vidas afectadas, mas temos uma palavra decisiva a dizer sobre o futuro», afirmou.

O autarca defendeu que cabe aos portugueses decidirem se querem optar pelo regresso «a uma cidade poluída, congestionada e com níveis deficientes de qualidade de vida para muitos daqueles que aqui vivem ou trabalham» ou se, pelo contrário, preferem «uma cidade menos poluída, mais saudável, sustentável e com melhor qualidade de vida para todos».

Entre as várias medidas anunciadas por Fernando Medina para tornar Lisboa numa cidade «mais verde e sustentável», o autarca assegurou a criação de mais 50 quilómetros de ciclovia até ao final de 2020, com vista a criar uma «rede estruturante» que cobre vários eixos.

«Vamos criá-lo num sistema pop-up, isto é, de forma muito rápida, que poderá tornar-se definitiva se vingar e for utilizada», realçou, acrescentando que será feito em três fases: a primeira até Julho, a segunda até Setembro e, por fim, a terceira fase até ao primeiro trimestre de 2021.

Até Julho, «propomo-nos a fechar a Alameda dos Oceanos para ligar o Parque das Nações, Loures, Avenida de Berlim, Pádua, Cidade de Luanda, de Bissau, Almirante Reis, Avenida da Índia, 24 de Julho, Avenida da Liberdade, Avenida do Uruguai, Avenida Castilho e Marquês de fronteira», detalhou.

De seguida, acrescentou, «até Setembro, fecharemos Avenida de Roma, Avenida Marechal Gomes da Costa, Avenida de Ceuta, Avenida Lusíadas, Avenida de Berna, Avenida Conde de Almoster, Avenida José Malhou e Avenida das Descobertas».

De 105 quilómetros (km), a rede de ciclovia crescerá para mais de 200 km durante o ano de 2021, resume Medina.

Autarquia comparticipa compra de bicicletas

A Câmara Municipal de Lisboa vai também comparticipar na compra de bicicletas, através do Fundo de Mobilidade, até ao limite de 50% do valor dos veículos. O fundo terá 1,5 milhões de euros para financiar a compra de bicicletas convencionais e outros 1,5 milhões para bicicletas eléctricas e de carga.

No caso das bicicletas convencionais, a autarquia disponibiliza 100 euros, que se destinam exclusivamente a estudantes (do 2.º e 3.º ciclos, assim como do ensino superior de Lisboa), podendo financiar a aquisição no máximo de 15 mil unidades.

Já nas bicicletas eléctricas, o apoio vai até metade do valor do veículo, até um máximo de 350 euros. Estão alocados 500 mil euros a esta medida em particular.

A medida está em vigor a partir desta quarta-feira, estando elegíveis todos aqueles que cumpram os requisitos acima e que apresentem as facturas.

Esta viragem implica, no entanto, alterações no espaço público, bem como a criação de mais ciclovia. Nesse sentido, Medina anunciou a criação de mais de mil lugares de estacionamento em parques subterrâneos da EMEL e em toda a rede de parques concessionados. Estão previstos 1700 lugares nos interfaces de transporte público, aos quais acrescem outros cinco mil. «O nosso objectivo é que estejam disponíveis entre Setembro e o final do ano», antecipou o autarca.

Existirão ainda intervenções em 100 ruas para reduzir as vias de circulação automóvel. Por outro lado, o tamanho dos passeios irá ser aumentado, assim como de zonas de esplanada.

Por outro lado, Medina fez notar que, com a pandemia, fica adiada a entrada em vigor das restrições ao trânsito na Baixa de Lisboa.

*Notícia actualizada às 17:24