Ciberataques a hospitais a nível global disparam. Portugal sofre aumento de 17%

O setor da Saúde, a nível mundial, está sob um intenso ataque cibernético, segundo avançam os investigadores da Check Point Software Technologies, fornecedor líder especializado em cibersegurança a nível mundial.

Esta é uma tendência que se tem vindo a afirmar e desde novembro, mês durante o qual se registou uma subida de 45% do número de organizações do setor a nível mundial a sofrer ataques desta índole. Em Portugal, a subida destes ataques atingiu os 17%.

O Canadá experienciou o aumento mais dramático de ataques, registando uma subida de 250%, seguido pela Alemanha, com um aumento de 220%.

Atualmente, a saúde é a indústria mais visada, com o aumento dos ciberataques a apresentarem, no mesmo período temporal, um número duas vezes superior ao aumento registado em todas as outras indústrias, nas quais se aponta uma subida de 22%. No mês de novembro de 2020, a média de ataques semanais chegou aos 626 por organização, em oposição aos meses anteriores, em que a média semanal rondou os 430 ataques.

O aumento de ciberataques em organizações do setor de saúde ocorreu principalmente na Europa Central (+145%). De seguida, destacaram-se o leste asiático (+137%), a América Latina (+112%), a Europa (67%) e a América do Norte (37%).

Os investigadores apuraram ainda que os ataques têm origem em diferentes vetores, incluindo ransomware, botnets, ataques “DDos e de remote code execution”.

Ransomware foi a tipologia de ataque que demonstrou o maior crescimento, afirmando-se, de momento, como o malware mais ameaçador às organizações de saúde. De acordo com os investigadores, a elevada pressão sob a qual se encontram as organizações hospitalares pode explicar a maior incidência dos ataques. O Ryuk, tipo de ransomware utilizado em campanhas direcionadas com vetores de infeção altamente personalizados, tem sido a variante mais utilizada, seguida pelo Sodinokibi.

“Estes atacantes vêm os hospitais como organizações mais suscetíveis de cumprir as suas exigências, pagando, efetivamente, os resgates pedidos. Os hospitais estão sobrecarregadíssimos com o aumento do número de pacientes diagnosticados com coronavírus e com a implementação dos recentes programas de vacinação – qualquer interrupção das operações de um hospital seria catastrófica,” afirma Omer Dembinsky, Manager of Data Intelligence da Check Point.

“No último ano, um elevado número de redes hospitalares de todo o mundo foi atacado com sucesso por ransomware e os cibercriminosos estão ansiosos para fazer mais vítimas. Além disso, o recurso ao Ryuk vem enfatizar a tendência de investir em ataques feitos à medida, mais definidos, em vez de se utilizar campanhas massivas de spam, o que permite aos atacantes atingir zonas mais críticas das organizações, aumentando, assim, as suas chances de serem pagos”. reforça ainda.