
Chuva, frio, neve… e um rio atmosférico: Portugal volta hoje a ser ‘regado’. Saiba as regiões mais afetadas
Desde domingo que a tempestade atlântica ‘Laurence’ tem-se feito sentir em Portugal continental, deixando, de norte a sul, um rasto de chuva. Mais: vento, neve, trovoada, granizo e agitação marítima, sendo que a precipitação será reforçada por um rio atmosférico.
Aliás, o rio atmosférico vai fazer-se sentir com maior impacto no Sul e Centro do país: de acordo com o portal ‘tempo.pt’, nas primeiras horas desta madrugada poderão acumular-se mais de 50 mm nalgumas zonas do Alentejo Litoral, Barlavento e Sotavento Algarvio.
A partir de terça-feira, dia 18, o IPMA dá conta de uma depressão “complexa” que ficará “quase estacionária” e que trará um novo “episódio de tempo significativo”. “Aproxima-se uma nova depressão deslocando-se desde o Atlântico ao largo de Portugal continental e que trará novo agravamento do estado do tempo e deverá permanecer alguns dias”, adiantou à Lusa o meteorologista Pedro Sousa.
E nem no fim de semana a coisa parece melhorar. Uma nova depressão associada a um sistema frontal vai provocar mais um “episódio de precipitação” a 22 e 23 de março.
O IPMA esclarece, no entanto, que a intensidade e a localização destas depressões pode “oscilar de forma significativa”, devido à incerteza quanto ao seu posicionamento, pelo que remete novas previsões para os próximos dias.
#Tempo: De 17 a 23/Mar mantém-se o padrão de passagem de depressões, com vários episódios de chuva, aguaceiros, vento e agitação marítima fortes. Na 2ª será a #depressão #Laurence, a partir de 3ª nova depressão quase estacionária e 6ª outro episódio👉https://t.co/MBgDeJOtVk pic.twitter.com/9MEoia1t85
— IPMA (@ipma_pt) March 14, 2025
A tempestade ‘Laurence’ é a 12ª desta temporada.
O meteorologista Pedro Sousa explicou ainda à Lusa que “não é propriamente normal” haver tantas depressões com esta frequência e persistência no mês de março. “Não é uma situação que acontece todos os anos, especialmente neste mês de março ter uma sequência tão prolongada de depressões a causar precipitação e tempo instável durante tanto tempo, mas também não podemos dizer que é anormal, que nunca tenha acontecido. Acontece de alguns em alguns anos e pode ocorrer em alturas diferentes de outono, de inverno ou primavera”, avança.
A explicação está relacionada com a posição do anticiclone dos Açores, que está “numa posição um bocadinho fora do habitual”. Por isso, acaba por “abrir caminho a estas depressões atlânticas numa posição mais a sul do que é habitual”.
As temperaturas esperadas durante a semana “deverão estar próximas dos valores para a época ou apresentar uma ligeira anomalia positiva”.
Assim, “a temperatura máxima deverá variar entre 9°C e 18°C nas regiões do interior Norte e Centro, na região sul variará entre 13°C e 19°C”. Nas zonas litorais “teremos temperaturas máximas entre 15°C e 19°C”. Quanto à temperatura mínima no território continental, “esta deverá situar-se entre 1°C e 9°C nas regiões do interior Norte e Centro, entre 7°C e 11°C na região Sul, sendo que nas zonas litorais os valores deverão oscilar entre 8°C e 14°C”.