
China ensaia ‘guerra das estrelas’ com o Ocidente: Pequim tem realizado “combates aéreos no espaço”, avisam EUA
A China tem vindo a ensaiar “combates aéreos no espaço” com satélites, denunciou o vice-chefe de operações espaciais da Força Espacial dos Estados Unidos, o general Michael Guetlein, durante a conferência anual do programa de defesa da McAleese. “Estamos a começar a ver os nossos pares próximos a concentrar-se na prática de combates aéreos no espaço, com operações de satélite para satélite.”
“Com os nossos ativos comerciais, observámos cinco objetos diferentes no espaço a manobrar para dentro, para fora e ao redor um do outro em sincronia e controlo”, denunciou, citado pelo tabloide britânico ‘Daily Mail’. “É o que chamamos de ‘dogfighting’ no espaço. Eles estão a praticar táticas, técnicas e procedimentos para fazer operações espaciais em órbita de um satélite para outro”, acrescentou.
A Força Espacial indicou que o general estava a referir-se à observação de cinco satélites chineses em órbita baixa da Terra em 2024. Embora os ‘dogfights’ digam respeito ao combate entre dois ou mais aviões de caça, tanto os EUA como a China estão a começar a descobrir como seria um conflito no espaço.
No entanto, Guetlein destacou também que, além do treino da China, os EUA enfrentam ameaças adicionais à sua segurança espacial na forma de tecnologia em rápida evolução, sublinhando os satélites “bonecas matriosca”, que podem se separar em duas unidades individuais, satélites que têm a capacidade de “observar” naves espaciais americanas e satélites que têm braços de agarrar que podem ser usados de forma nefasta. O responsável americano destacou o recente desenvolvimento russo de uma arma nuclear para o espaço, avisando que os EUA precisam de aumentar as suas capacidades.
Recorde-se que em 2024 Moscovo vetou uma resolução das Nações Unidas na qual era pedido que todos os países evitassem uma perigosa corrida armamentistas nuclear no espaço sideral, o que gerou receios de que a Rússia pudesse estar a preparar-se para uma escala cósmica catastrófica.
A resolução exigia ainda que todos os países não desenvolvessem ou implantassem armas nucleares ou outras armas de destruição em massa no espaço, conforme proibido por um tratado internacional de 1967 que incluía os EUA e a Rússia. A oposição da Rússia – e a abstenção da China – fez com que a resolução não fosse aprovada, apesar do apoio de outras 13 nações. “Infelizmente, os nossos adversários atuais estão dispostos a ir contra as normas internacionais de comportamento, ir contra o acordo de cavalheiros, e estão dispostos a fazer isso de maneiras muito inseguras e pouco profissionais”, disse Guetlein.