CEO da Volvo Cars teme escassez de baterias com aumento da concorrência na mobilidade elétrica

Muitas vozes profetizam o fim dos automóveis movidos a combustíveis fósseis e o estabelecimento do domínio da mobilidade elétrica. Vários países e conjuntos de países já avançaram com metas bastante ambiciosas no que toca à transição do motor de combustão para as baterias.

Os números parecem suportar essa previsão. De acordo com o ‘TechCrunch’, nos Estados Unidos as vendas de automóveis caíram 15,3%, sendo que o segmento dos elétricos foi único que registou subidas.

Também as metas estabelecidas por países e conjuntos de países têm potenciado uma reorientação do mercado automóvel em direção à mobilidade elétrica. Por exemplo, a União Europeia já estabeleceu o ano 2035 para o fim da venda de carros a combustível fóssil.

Esta transação começa a colocar pressão sobre a oferta de baterias para veículos elétricos e híbridos.

À ‘CNBC’, o CEO da Volvo Cars, Jim Rowan, alerta para os sinais de pressão sobre o mercado da mobilidade elétrica e híbrida e que podemos, em breve, ter em mãos uma oferta reduzida que não conseguirá dar resposta a uma procura cada vez maior. A Volvo Cars pretende abandonar a venda de carros a combustível até 2030, mas teme que “a oferta de baterias venha a ser escassa nos próximos anos”.

A perceção do crescimento da concorrência no mercado dos elétricos levou a Volvo a juntar-se, em fevereiro de 2022, à Northvolt, com um investimento conjunto de cerca de 2,87 mil milhões de euros numa unidade de produção de baterias elétricas na Suécia, para tomar algum controlo sobre a disponibilidade de baterias para os seus veículos. A fábrica deverá iniciar operações em 2025.

Na Europa, essa transformação do mercado também já é bem notória. De acordo com dados do Statista do início de abril, a Alemanha está na linha da frente dos maiores vendedores de automóveis elétricos plug-in na Europa, ao passo que a Noruega detém o maior número de registos de matrículas associadas a carros elétricos, sendo que na Europa são vendidos mais híbridos do que carros totalmente elétricos.

Mas o que é de destacar é que a procura sobe, sem sombra de dúvida. De acordo dos dados divulgados pela Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA), na Europa, os veículos elétricos representaram 9,1% de todas as vendas de novos carros, em 2021, face aos 1,9% de 2019.

A tendência é de crescimento da procura e, assim, da pressão sobre a oferta.

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