
Caso Tutti Frutti: Havia ‘boys’ do PSD que “só lá iam assinar o recibo sem trabalhar”, diz Ministério Público
Há dezenas de ‘boys’ do PSD que terão recebido avenças com a Assembleia Municipal de Lisboa e nas juntas de freguesia da capital, sem nunca terem prestado qualquer serviço. Na sequência da investigação da ‘TVI/CNN Portugal’, as escutas do caso ‘Tutti Frutti’ colocam em causa Sérgio Azevedo, antigo vice-presidente do grupo parlamentar do PSD e membro da Assembleia Municipal de Lisboa, que de acordo com o Ministério Público, seria o ‘chefe’ desta teia.
O social-democrata é igualmente suspeito de ter recebido dinheiro que o MP acredita serem comissões pelos favores aos amigos. Está a ser investigado por um alegado esquema para “obter vantagens patrimoniais (e não patrimoniais) à custa do erário público”, controlando estruturas de várias autarquias do país.
Sérgio Azevedo é suspeito de ter distribuído avenças, contratos públicos e ‘tachos’ entre várias figuras do PSD nos últimos anos. Carlos Eduardo Reis e Luís Newton, duas figuras conhecidas do PSD-Lisboa, estariam igualmente envolvidos no esquema. Numa escuta, Carlos Eduardo Reis terá dito: “Aqui em Portugal os próprios partidos políticos controlam o Estado e a máquina”, sendo que Sérgio Azevedo terá respondido: “Se a PJ tivesse mais meios estava tudo f*****”.
Patrícia Leitão, Filipa Lages e Nuno Vitoriano são alguns dos militantes do PSD que prestaram serviços de apoio técnico aos sociais-democratas na Assembleia Municipal de Lisboa, defendeu o Ministério Público: todos terão recebido avenças de entre 1.500 e 1.900 euros mensais, embora não tivessem de apresentar qualquer trabalho. “No último mandato havia pessoas que só lá iam assinar o recibo, recebendo sem trabalhar”, referiu, em 2017, Sérgio Azevedo, numa das escutas.