
Casas em leilão podem custar até menos 40%: saiba se vale a pena comprar
Para quem procura um imóvel com desconto significativo, as casas em leilão surgem como uma oportunidade a considerar. Em alguns casos, os preços podem ser até 40% inferiores ao valor de mercado — mas o processo exige atenção redobrada.
Com os preços da habitação a manterem-se elevados em grande parte do país, os leilões imobiliários têm vindo a captar o interesse de quem procura alternativas para comprar casa. Segundo a análise do ComparaJá, estes imóveis resultam, na maioria das vezes, de processos de incumprimento — o que permite que sejam colocados à venda por valores bastante reduzidos.
Mas será sempre um bom negócio? A resposta depende de vários fatores.
Quem pode vender imóveis em leilão?
Diversas entidades estão habilitadas a realizar leilões de imóveis:
- Bancos: ao ficarem com casas penhoradas por incumprimento no crédito à habitação, as instituições financeiras recorrem frequentemente a empresas leiloeiras para escoar o stock. Nestes casos, é comum existirem condições especiais de financiamento, com spreads reduzidos e financiamentos até 100% do valor.
- Finanças e Segurança Social: ambas as entidades promovem leilões de bens penhorados, com diferentes modalidades — desde propostas em carta fechada até concursos públicos.
- Câmaras Municipais: realizam leilões públicos de imóveis municipais, muitas vezes com valores abaixo do mercado.
- Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução (OSAE): através da plataforma e-leilões, é possível participar em leilões online de casas penhoradas. O registo requer certificado digital.
O que ter em conta antes de licitar
A possibilidade de poupar pode ser apelativa, mas há vários cuidados a ter:
- Verificação de encargos legais: é fundamental consultar a Certidão de Teor para confirmar se o imóvel tem hipotecas, penhoras ou dívidas fiscais. Esta consulta pode ser feita online no Registo Predial Online.
- Presença de inquilinos ou usufrutuários: o imóvel pode estar ocupado, e poderá ter de respeitar direitos de uso ou preferência.
- Direito de remição: herdeiros do antigo proprietário podem ter prioridade na compra, mesmo após o leilão.
- Impostos: tal como numa compra convencional, o comprador terá de suportar o pagamento do IMT (Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis) e do Imposto do Selo.
É possível pedir crédito habitação?
Sim. Apesar de o imóvel ser adquirido em leilão, os bancos disponibilizam crédito habitação para esta finalidade. Em alguns casos, especialmente quando o imóvel está a ser vendido pelo próprio banco, podem existir condições mais vantajosas do que as habitualmente praticadas no mercado.
A simulação de crédito pode ser feita com base no valor estimado do imóvel e nas características do comprador. O ComparaJá permite comparar propostas de crédito habitação de vários bancos e ajuda no processo de pré-aprovação.
“Comprar casa em leilão pode ser uma excelente oportunidade de poupança, mas exige preparação e conhecimento do processo. Com a ajuda certa, pode transformar-se num bom negócio”, explica a equipa do ComparaJá.
Quando é que compensa comprar casa em leilão?
Adquirir uma casa em leilão faz sentido quando:
- O preço final (com impostos e eventuais remodelações) continua inferior ao de uma casa equivalente no mercado;
- Existe capacidade financeira para suportar a entrada (normalmente 10% do valor do imóvel);
- Há disponibilidade para lidar com o processo burocrático e os riscos associados;
- O imóvel cumpre os critérios de localização, tipologia e estado de conservação desejados.
Caso contrário, pode ser mais vantajoso optar por uma casa no mercado tradicional, onde há mais segurança quanto ao estado legal e físico do imóvel.
Mais barato, mas com cautela
As casas em leilão representam uma via de aquisição alternativa e, em muitos casos, financeiramente atrativa. No entanto, exigem do comprador mais atenção ao detalhe, verificação legal e capacidade para avaliar se o negócio compensa.
Com a ajuda de plataformas como o ComparaJá, é possível analisar todas as opções de financiamento, estimar os custos envolvidos e tomar uma decisão informada — seja para investir, habitar ou poupar.