Carregar o seu portátil enquanto trabalha? Carregar o smartphone enquanto corre? Cientistas desenvolvem tecnologia que gera eletricidade a partir de vibrações do corpo
Já imaginou carregar o seu computador portátil à medida que vai digitando? Ou alimentar a bateria do seu smartphone durante a sua corrida matinal?
Essa tecnologia, que permite gerar eletricidade a partir de vibrações ou mesmo até de pequenos movimentos corporais, já está disponível: de acordo com investigadores da Universidade de Waterloo, no Canadá, desenvolveram um pequeno gerados vestível em resposta à necessidade urgente de energia sustentável e limpa, que também é escalável para máquinas maiores. A descoberta foi publicada no artigo “Breaking Dielectric Dilemma: Polymer Functionalized Perovskite Piezocomposite with Large Current Density Output” na edição de novembro da revista científica ‘Nature Communications’.
“Isso é uma verdadeira viragem de jogo”, salientou Asif Khan, investigador líder do projeto e bolsista de pós-doutoramento no Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação em Waterloo. “Fizemos o primeiro dispositivo desse tipo que pode alimentar eletrónicos a baixo custo e com eficiência sem precedentes.”
“O nosso avanço terá um impacto social e económico significativo, ao reduzir a nossa dependência de fontes de energia não renováveis”, sustentou o especialista. “Precisamos destes materiais geradores de energia de forma mais crítica neste momento do que em qualquer outro momento da história.”
O dispositivo usa o efeito piezoelétrico, que gera energia elétrica aplicando pressão a materiais como cristais e certas cerâmicas. Materiais piezoelétricos são atualmente usados em várias tecnologias de deteção, incluindo sonar, imagens ultrassónicas e dispositivos de micro-ondas.
Este nanogerador tem 2,5 centímetros quadrados e aproximadamente a espessura de um cartão de visita. Pode ser facilmente utilizado em muitas situações e tem o potencial de alimentar sensores em todos os tipos de dispositivos eletrónicos.
“Esses materiais mais antigos são frágeis, caros e têm capacidade limitada de gerar eletricidade”, disse Dayan Ban, professor e investigador do Waterloo Institute for Nanotechnology. “Os materiais que criámos para o novo gerador são flexíveis, mais eficientes em termos de energia e custam menos.”
Os investigadores registaram uma patente e estão agora a trabalhar com uma empresa do Canadá para comercializar o seu gerador para uso na aviação, especificamente para alimentar os sistemas de aviões que monitorizam o estado dos equipamentos de segurança.