Caixas multibanco em risco de extinção? Estes países estão a ‘dizer-lhe adeus’ e Portugal pode seguir o exemplo

A Europa caminha para os pagamentos digitais, o que está a colocar ‘em risco’ os terminais multibanco. Os países nórdicos são, no contexto europeu, os mais bem preparados para se ver o dinheiro físico desaparecer, de acordo com um estudo do site norueguês Finansplassen, mas Portugal está a seguir a tendência, apesar de a adaptação estar a ser mais lenta do que em outros pontos da Europa.

O estudo baseou-se em dados do Banco Mundial, Eurostar e outras fontes públicas, nos quais foram avaliados fatores como o número de caixas automáticas, a disponibilidade de terminais de pagamento e a percentagem da população com acesso a serviços bancários digitais.

De acordo com o site ‘Euronews’, a Noruega é o país mais provável de ver sumir o dinheiro físico: cerca de 96% da população usa serviços bancários online e tem um dos números mais baixos de caixas automáticas por habitante – a Finlândia e a Dinamarca completam o pódio, com indicadores semelhantes. De acordo com os analistas, a escassez de multibancos e a elevada infraestrutura digital contribuem para uma menor dependência do dinheiro físico. Mais: a confiança nas instituições públicas e a dimensão populacional reduzem as barreiras à adoção de novas tecnologias.

O que distingue a Noruega dos demais? Em 2015, foi criada a aplicação ‘Vipps MobilePay’, um dos exemplos da evolução dos pagamentos móveis – à semelhança do MB Way. Conta com 11,5 milhões de utilizadores na Noruega, Finlândia e Dinamarca e permite transferências de dinheiro de forma simples e imediata. Apesar dos avanços tecnológicos, o Parlamento norueguês aprovou recentemente alterações legislativas para assegurar que os cidadãos possam continuar a pagar com dinheiro. Como precaução, a Proteção Civil do país recomendou que os cidadãos mantenham dinheiro físico em casa.

No entanto, esta evolução não é isenta de riscos: as autoridades norueguesas destacaram os ataques cibernéticos e falhas energéticas prolongadas como razões para que o numerário se mantenha acessível.

Na Dinamarca, o banco central afirmou que os pagamentos em numerário representam apenas 8% das transações realizadas em 2023. A maioria dos consumidores prefere métodos digitais por razões de conveniência e rapidez.

A pandemia da Covid-19 desempenhou um papel importante na aceleração da digitalização dos pagamentos. De acordo com o Banco Mundial, a média de pagamentos sem dinheiro por pessoa aumentou significativamente entre 2017 e 2020. Segundo o Banco Central Europeu, em 2022, apenas 59% das transações na zona euro foram feitas em numerário, contra 72% em 2019. Embora os pagamentos digitais tenham ganho terreno, 60% dos inquiridos ainda manifestaram vontade de manter o dinheiro físico como opção-

E Portugal?

O sistema multibanco está bem enraizado nos hábitos de consumo, razão pela qual a transição está a revelar-se mais lenta. No entanto, o número de pagamentos digitais está a aumentar, sobretudo através de aplicações bancárias, embora a infraestrutura tradicional continue a ser amplamente utilizada, em particular as caixas multibanco.