Biden tem “apetite” para cruzar as linhas vermelhas de Putin: ameaças da Rússia não travam entrega de armas a Kiev
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, continua a desafiar Vladimir Putin, apesar dos avisos de que o fornecimento de armas à Ucrânia poderá conduzir a uma guerra mundial, relatou esta sexta-feira o jornal americano ‘The Washington Post’, citando fontes do Governo americano – esta é uma estratégia que traz riscos e recompensas.
De acordo com as autoridades americanas, a principal razão para ignorar as ameaças do presidente da Rússia é o facto de este não cumprir as suas promessas de punir o Ocidente por fornecer armas à Ucrânia – o ‘bluff’ russo garantiu aos líderes americanos e europeus que poderiam continuar a fazê-lo sem qualquer consequência séria.
No entanto, as autoridades americanas frisaram que administrar os riscos de uma escalada continua a ser um dos aspetos mais difíceis da invasão da Ucrânia – por isso há quatro fatores principais que são tidos em conta: Kiev precisa? Pode ser usado? Nós temos isso? E, por último, qual será a resposta da Rússia.
Antony Blinken, secretário de Estado e o principal confidente de Biden, já incentivou o Governo e os aliados dos EUA a fazer mais para apoiar a Ucrânia. Segundo fonte da Casa Branca, também Jake Sullivan, o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, acredita que os benefícios de fornecer armas mais poderosas a Kiev superam os riscos de escalada e está a cooperar ativamente com os aliados europeus para fornecer à Ucrânia caças F-16.
Para as autoridades americanas, uma possível explicação para a relutância de Putin em atacar o Ocidente é a deterioração da qualidade do exército russo. Segundo o general Mark Milley, presidente do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o facto de, desde o início da invasão em grande escala da Ucrânia, a Rússia ter perdido até 250 mil mortos e feridos – um número impressionante de baixas para qualquer conflito. E Putin substituiu-os por reservistas com disciplina fraca, mal treinados e mal equipados.