
BCE deve subir mais 4 vezes as taxas de juro até julho. Mário Centeno diz que autoridades devem olhar “com muito cuidado” para os novos números
O Banco Central Europeu (BCE) continua na sua luta contra a inflação. O regulador deve aumentar mais quatro vezes as taxas de juro até julho deste ano, e reduzir a sua carteira de títulos de cinco biliões de euros mais rapidamente que o previsto.
Assim, espera-se na próxima semana, como previsto pelo consenso, um aumento de 50 pontos-base nas taxas de juro por parte do BCE, seguindo-se mais três aumentos de 25 pontos-base até julho, de acordo com uma investigação entre economistas e a ‘Bloomberg’.
Assim, espera-se que a taxa de referência do banco central suba para 3,75%, opinião também partilhada pelo Goldman Sachs e o Deutsche Bank. Por outro lado, o Morgan Stanley e o Barclays esperam uma subida mais agressiva, apontando o pico para os 4%.
A inflação subjacente, indicador que exclui custos como energia e alimentos, está a gerar incerteza sobre qual a política mais correta a adotar dentro do regulador bancário europeu.
“O maior desafio s comunicar a o número adequado de se subidas e no aperto das políticas nos próximos meses, tendo em conta os preços da energia acentuadamente mais baixos e o enfraquecimento do crescimento dos empréstimos por um lado, e a inflação ainda crescente do outro”, disse Veronika Roharova, diretora de economia da Zona Euro no Credit Suisse.
Apesar de o economista-chefe do BCE, Philip Lane, tenha dito que os custos dos empréstimos podem permanecer no pico durante “um bom número de trimestres”, os analistas esperam que eles permaneçam altos por um período mais curto, em comparação com a pesquisa anterior.
Durante a reunião da próxima semana, o BCE terá que analisar um novo conjunto de projeções económicas trimestrais que explicam a recente queda nos custos de energia. Os especialistas apontam para uma possível mudança de perspetiva mais benéfica para o conjunto europeu.
O Governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, disse que as autoridades devem olhar “com muito cuidado” para os novos números.
O primeiro corte da taxa, para 3,5%, está previsto para fevereiro de 2024, seguido de outro em julho.