Bancos fazem concorrência aos Certificados de Aforro. Cinco maiores instituições bancárias já oferecem 2% nos depósitos

Os bancos estão a fazer um esforço cada vez maior para competir com a capacidade de poupança dos Certificados de Aforro. As cinco maiores instituições bancárias já oferecem 2% nos depósitos.

O Millennium BCP foi o último banco a subir os juros até aos 3%, um valor ainda abaixo dos Certificados de Aforro que em fevereiro estão a pagar entre 3,403% e 4,403%.

No caso do Millennium BCP,  a taxa de juro subiu nos depósitos a três anos, a partir dos 50 mil euros.

Esta instituição junta-se assim à Caixa Geral de Depósitos, ao Santander Totta, ao BPI, ao Novobanco e ao Montepio que já oferecem depósitos com taxas até 2%.

Na maior parte dos casos os subscritores destas poupanças tem de se comprometer a não aceder ao dinheiro durante algum tempo, que pode ser anos ou meses. No caso dos Certificados de Aforro, o período de permanência é de apenas 3 meses.

Recorde-se que a banca nacional foi das últimas a reagir à subida das taxas de referência, apesar das críticas e recomendações, por exemplo, do Governador do Banco de Portugal, para que o fizessem.

Ainda esta segunda-feira, a presidente do BCE, Christine Lagarde, defendeu numa entrevista que os bancos devem refletir nos depósitos dos clientes os aumentos das taxas de juro, sendo que os depósitos caíram 1,4% em janeiro.

Segundo o Banco de Portugal, esta é a “maior redução de depósitos de particulares desde o início da série estatística, em 1979” e ocorre num mês em que as subscrições líquidas de Certificados de Aforro aumentaram 2,9 mil milhões de euros.

Sublinha-se que janeiro de 2023 foi o terceiro mês consecutivo em que o crescimento destes depósitos abranda: passou de 7.0% em outubro de 2022 para 5,8% em novembro, 5,4% em dezembro e 3,7% em janeiro, segundo o regulador.

No final de janeiro de 2023, o stock de depósitos de empresas nos bancos residentes era de 65,9 mil milhões de euros, menos 1,4 mil milhões de euros do que em dezembro de 2022. Estes depósitos cresceram 9,1% relativamente a janeiro de 2022, a mesma taxa de variação anual observada em dezembro.

Recorde-se que valor aplicado em Certificados de Aforro atingiu em janeiro 22.534 milhões de euros, o valor mais alto desde 1998, aumentando 10 mil milhões de euros face ao período homólogo.

Valor aplicado em Certificados de Aforro ascende a 22.534 milhões em janeiro, máximo desde 1998

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