Banco Central Europeu reúne-se hoje após reforço dos estímulos em dezembro

O Banco Central Europeu (BCE) reúne-se esta quinta-feira sem que sejam esperadas novas medidas, depois do reforço significativo dos estímulos decidido em dezembro para apoiar uma economia fragilizada pela pandemia.

Em dezembro, o BCE anunciou um reforço do programa de compra de ativos de emergência (PEPP), que foi lançado para limitar o impacto da crise causada pela pandemia, prolongando também a sua duração.

O volume das compras de dívida de emergência devido à pandemia de covid-19 subiu para 1,85 biliões de euros, mais 500 mil milhões de euros e a duração do programa foi prolongada pelo menos até março de 2022, em vez de terminar em junho de 2021.

A instituição liderada por Christine Lagarde decidiu também lançar novas séries de empréstimos aos bancos em condições muito favoráveis e manteve as taxas de juro em mínimos históricos.

Este conjunto de medidas deverá ser confirmado na reunião de política monetária desta quinta-feira, quando permanece a incerteza na zona euro devido à crise sanitária.

As esperanças de uma recuperação económica que surgiram com o lançamento das vacinas contra a covid-19 foram abaladas “pelo aumento do número de casos de infeção e pela lentidão nas campanhas de vacinação”, observou o analista Andrew Kenningham, da Capital Economics, citado pela AFP.

O que pode significar que as “restrições permanecem em vigor além do primeiro trimestre e que a retoma será atrasada”, acrescentou.

Os receios são alimentados pela propagação de novas variantes do vírus, com efeitos ainda desconhecidos, bem como por entregas mais lentas das primeiras doses das vacinas.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, considerou na semana passada “preocupante” que os 19 países da zona euro sejam obrigados a manter as medidas de confinamento depois do primeiro trimestre.

Em dezembro, o BCE apontou para um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro de 3,9% em 2021, mais fraco do que o crescimento de 5% antecipado em setembro.

Para Fabio Balboni, economista do HSBC, a recente valorização do euro face ao dólar pode também prejudicar a recuperação.

Desde finais de fevereiro, o euro registou uma valorização de 10% face ao dólar. Um euro forte faz baixar o custo das importações, mas torna as exportações menos competitivas.

Para Franck Dixmier, da Allianz Global Investors, as medidas anunciadas na última reunião do BCE “devem ser suficientes para garantir que os mercados se mantêm estáveis, embora o banco deva deixar claro que pode fazer mais, se necessário”.

“O BCE deve reiterar a sua capacidade de ajustar todos os seus instrumentos para atingir o seu objetivo: assegurar condições de financiamento favoráveis na zona euro. Mas, nesta fase, nada justifica o anúncio de novas medidas”, considerou, numa nota enviada à Lusa.

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