Atendado em Bruxelas: Rangel diz que conflito em Israel veio “reativar deste tipo de ataques terroristas” e que “situação veio para ficar nos próximos meses”

Esta segunda-feira à noite, Bruxelas foi palco de um ataque no qual dois cidadãos suecos foram mortos a tiro por um homem que fugiu após os crimes. As autoridades belgas, que estão a investigar o caso como terrorismo, encontraram e abateram o suspeito na manhã desta terça-feira. Paulo Rangel, eurodeputado do PSD, considera que este não será caso único, e que veremos mais ataques do género na Europa, motivados pela escalada de violência no conflito entre Hamas e Israel.

“Estou convencido de que vai acontecer [aumento de casos de terrorismo]. Já tivemos um atentado em que morreu um professor, perpetrado por um tchetcheno, em França. Já tinha dito na semana passada que uma das consequências possíveis [do conflito entre Hamas e Israel] era um reativar deste tipo de ataques terroristas”, indica o eurodeputado em entrevista à CNN Portugal.

O social-democrata continua; “Nomeadamente de lobos-solitários, não propriamente de grupos organizados de uma forma sistemática, como foram os atentados contra o Charlie Hebdo ou em Nice, em que claramente havia um plano, uma rede. São coisas mais singulares, as deste tipo, mas criam uma grande insegurança e instabilidade. O nível de alerta está no máximo em Bruxelas”, considerou.

Paulo Rangel avisa ainda que também se verão as comunidades muçulmanas (e não só) a sair às ruas em protestos, esses “pacíficos”, “criando uma tendência e um movimento”.

O político finaliza apontando que estas questões vão manter-se e marcar “a agenda política e de segurança”. “Isto veio para ficar nos próximos meses”, diz sobre a tensão atualmente vivida.

Esta manhã, Bruxelas já começou a ver alívio das medidas de segurança montadas na caça ao suspeito da autoria do atentado. “Temos uma boa notícia, nós encontrámos o homem. O autor do ataque terrorista em Bruxelas foi identificado e morreu”, indicou esta manhã a ministra belga do Interior, Annelies Verlinden.

Trata-se de um homem de 45 anos, tunisino, que no seu país havia sido condenado “por crimes de direito consuetudinário”, e que tinha visto o seu pedido de asilo na Bélgica rejeitado.