
ASAE fiscaliza comercialização de citrinos para travar praga que ameaça produção. Foram apreendidas mais de 170 plantas
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) realizou, na última semana, uma operação de fiscalização em feiras e mercados da zona Centro do país, com o objetivo de verificar o cumprimento das normas fitossanitárias relativas à comercialização de plantas de citrinos. A ação teve como foco a prevenção e controlo da Trioza erytreae, um inseto que constitui uma grave ameaça para a citricultura nacional.
No decurso da operação, a ASAE apreendeu um total de 177 plantas de citrinos e instaurou três processos de contraordenação. As infrações deveram-se ao incumprimento das normas fitossanitárias, nomeadamente a exposição das plantas para venda sem qualquer proteção, permitindo o contacto direto com o exterior e, consequentemente, aumentando o risco de propagação da praga.
Em comunicado, a ASAe explica que o valor total das plantas apreendidas ascende a 1.400 euros, um montante significativo que reflete a importância da fiscalização na contenção da praga e na proteção da produção citrícola nacional.
Uma praga com impacto devastador
A Trioza erytreae é um inseto que provoca danos diretos nas plantas hospedeiras, mas o seu perigo reside sobretudo no facto de ser vetor da doença Huanglongbing (HLB), também conhecida como Citrus Greening. Esta doença é considerada a mais grave que afeta os citrinos a nível mundial e representa uma ameaça séria para a produção citrícola na Europa.
As medidas fitossanitárias em vigor visam reduzir a infestação em zonas afetadas e impedir a propagação da bactéria Candidatus Liberibacter, agente patogénico associado à HLB. A não adoção dessas medidas pode resultar em prejuízos significativos para o setor, comprometendo a sustentabilidade da citricultura nacional.
A ASAE assegurou que continuará a levar a cabo ações de fiscalização no âmbito das suas competências, garantindo o cumprimento das normas fitossanitárias e evitando a disseminação da praga. A entidade sublinha que, apesar dos danos severos causados à produção de citrinos, a Trioza erytreae não representa qualquer risco para a saúde humana.