Arranca hoje julgamento de rede acusada de burlas digitais com contas bancárias

O Tribunal de Coimbra inicia hoje o julgamento de doze arguidos acusados de integrar uma rede de burlas digitais que operava através da criação de ‘sites’ falsos de bancos para obter acesso a contas bancárias das vítimas. O processo envolve crimes como burla qualificada, branqueamento de capitais e falsidade informática, num esquema que terá lesado várias pessoas e entidades.

De acordo com a acusação do Ministério Público, a investigação não conseguiu identificar na totalidade a organização e os membros desta rede criminosa, incluindo os ‘hackers’ responsáveis pela criação das plataformas fraudulentas. Os ‘sites’ desenvolvidos pelos suspeitos imitavam páginas oficiais de bancos e, através de aplicações maliciosas, permitiam a recolha de dados confidenciais das vítimas.

Entre os doze arguidos, dois são considerados os principais elementos da operação e enfrentam as acusações mais graves. Segundo o Ministério Público, estes indivíduos estão indiciados por dois crimes de branqueamento de capitais, cinco crimes de burla qualificada, dez crimes de falsidade informática, cinco crimes de burla informática e um crime de falsificação de documento. Além disso, um deles responde ainda por cinco crimes de acesso ilegítimo, enquanto o outro é acusado de seis crimes dessa natureza.

A acusação detalha ainda que sete dos arguidos terão servido como “contas-mula”, movimentando os valores obtidos ilicitamente, incorrendo assim no crime de branqueamento de capitais. Outros três arguidos são acusados de recetação, por se encarregarem de recolher os bens adquiridos através das fraudes, nomeadamente equipamentos eletrónicos comprados com os fundos desviados.

O julgamento decorre no Tribunal de Coimbra e está marcado para começar às 09h30.