
“América Livre”: estão marcados mais de 140 protestos hoje contra Trump nos EUA. Presidente promete responder “com força”
Enquanto Donald Trump se prepara para celebrar 4 de Julho com desfiles militares e discursos patrióticos, milhares de cidadãos americanos preparam-se para sair à rua com uma mensagem radicalmente diferente: ‘América Livre’.
Sob este slogan, serão realizados mais de 140 protestos em todo o país num dia que promete ser o mais contencioso da história recente do Dia da Independência. A mobilização é impulsionada sobretudo pela Marcha das Mulheres, a organização feminista que lidera campanhas contra o sexismo, a repressão policial e as políticas restritivas de imigração desde a primeira presidência de Trump.
“Querem-nos assustados, divididos e sozinhos. Mas o que temos de fazer é sonhar com a liberdade”, proclama o manifesto do protesto, segundo a ‘Time’. Os participantes foram chamados a reunir-se em varandas, praças, quintais e ruas para “construir uma América livre, tijolo a tijolo”.
Os protestos de 4 de Julho fazem parte de uma onda crescente de descontentamento que tem varrido os EUA desde o regresso de Trump à Casa Branca.
A 14 de junho último, durante o maior desfile militar realizado em Washington em décadas, dezenas de milhares de pessoas participaram nos protestos “No Kings” contra o que consideram ser uma deriva autoritária do presidente.
Apesar dos avisos de Trump — ameaçou responder com “grande força” a qualquer protesto — os manifestantes rejeitaram a sua retórica nacionalista e repressiva. Os protestos intensificaram-se em resposta às grandes rusgas do ICE durante a segunda presidência de Trump (agência de imigração), que ultrapassaram as 100 mil detenções.
Em Los Angeles, o clamor público contra os ataques foi reprimido pela Guarda Nacional e, mais tarde, pelos fuzileiros, mobilizados sem o consentimento do governador democrata Gavin Newsom.
Neste dia 4 de julho, para além dos eventos organizados pela Marcha das Mulheres, serão realizados comícios ‘No Kings 2.0’ em pelo menos uma dúzia de estados, incluindo Wisconsin, Louisiana e Wyoming.
Estas manifestações centram-se em rusgas policiais contra imigrantes, justiça comunitária e solidariedade com os vizinhos imigrantes. Os organizadores insistem que serão protestos pacíficos.
Um dos eventos mais simbólicos terá lugar em Palm Beach, na Florida, em frente à residência privada de Trump em Mar-a-Lago.