Aliados estão divididos após alegados ataques de Kiev a Moscovo devido ao receio de escalada do conflito

O Ocidente pediu cautela sobre os supostos ataques da Ucrânia em território russo, devido ao receio de uma potencial escalada que os possa arrastar para uma guerra mais ampla – entre os países que apoiam Kiev, as opiniões divergem sobre como conter a invasão de Moscovo, uma vez que o território russo é cada vez mais visado. Os Estados Unidos já se mostraram publicamente contra a estratégia de ataques dentro da Rússia.

No entanto, o secretário britânico dos Negócios Estrangeiros, James Cleverly, sublinhou que a Ucrânia “tem o direito de projetar força além das suas fronteiras para minar a capacidade da Rússia de projetar força na própria Ucrânia”. “Alvos militares legítimos além da sua própria fronteira fazem parte da autodefesa da Ucrânia”, garantiu.

No entanto, nem todos os aliados partilham da mesma opinião. Embora França apoie o direito da Ucrânia de se defender, o apoio militar francês não deve ser usado para atacar a Rússia, segundo garantiu um responsável, frisando porém que se a Ucrânia quer fazer mais com as suas próprias forças não cabe a França ditar a Kiev como conduzir a guerra.

De acordo com a publicação ‘Bloomberg’, um diplomata europeu reconheceu que os aliados tendem a não discutir a questão porque ela é divisiva.

Há meses que a Rússia enfrenta ataques menores no seu território, em particular esta semana, quando Moscovo foi alvo de pelo menos 20 drones – houve vários edifícios residenciais danificados no ataque e não há registo de feridos.

Mais perto da fronteira, em Belgorod, as autoridades ordenaram que alguns moradores da região deixassem as suas casas. Um ataque de drone causou um incêndio numa refinaria de petróleo na região de Krasnodar, no sul da Rússia.

A NATO, através do secretário-geral Jens Stoltenberg, frisou que “as escolhas operacionais sobre como usam as armas devem ser feitas pelos próprios ucranianos”, revelou, em Oslo, antes da reunião com os ministros dos Negócios Estrangeiros do bloco. “Existem escolhas difíceis”, apontou.

Já John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, sublinhou que uma vez que Washington fornece armas aos ucranianos eles devem decidir o que fazer com elas. “Agora, eles deram-nos garantias de que não usarão o nosso equipamento para atacar dentro da Rússia”, apontou.

Por último, abertamente a favor dos ataques na Rússia está a Letónia. “Devemos permitir que os ucranianos usem armas para atingir locais de mísseis ou campos aéreos de onde essas operações estão a ser lançadas”, indicou o ministro dos Negócios Estrangeiros letão, Edgars Rinkevics, esta terça-feira, em entrevista à margem da reunião de ministros da NATO em Bucareste. Os aliados “não devem temer” a escalada, acrescentou.

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