Alemanha reforça flanco oriental da NATO para travar Putin: é a maior mobilização germânica desde a II Guerra Mundial

Por Francisco Laranjeira

O chanceler alemão Friedrich Merz chegou esta quinta-feira à Lituânia, onde foi recebido no Palácio Presidencial de Vilnius pelo presidente do país, Gitanas Nauseda, antes da inauguração formal da 45ª Brigada Blindada Alemã “Lietuva”.

O presidente lituano Gitanas Nauseda agradeceu a Merz a sua visita, garantindo que mostra “um claro e forte compromisso” da Alemanha em ajudar a dissuadir a Rússia da Lituânia e do flanco oriental da NATO de forma mais ampla. O responsável lituano elogiou a inauguração da unidade militar alemã na Lituânia como “um dia de responsabilidade e ação”, dando continuidade ao destacamento temporário anterior de tropas alemãs no país.

A inauguração da 45ª Brigada Blindada está prevista para a praça central de Vilnius, com a presença de mais de mil soldados lituanos e alemães.

O objetivo desta nova unidade, composta por 4.800 militares e 200 civis, passa por reforçar a presença da NATO na região, face à ameaça russa.

A brigada, que incluirá batalhões de infantaria e de tanques, deverá estar totalmente operacional em 2027, segundo a Lituânia. Cerca de 700 militares alemães já estão a prestar serviço no país.

O destacamento da unidade no estrangeiro faz parte de uma iniciativa no âmbito da política de segurança alemã conhecida como “Zeitenwende” (“Ponto de Viragem”), anunciada pelo antigo chanceler Olaf Scholz aquando do início da invasão em grande escala da Rússia.

Embora a Alemanha tenha participado, nas últimas décadas, em operações militares a nível mundial, esta ação marca a mobilização militar mais significativa da Alemanha desde a II Guerra Mundial.

Nauseda salientou igualmente que, conforme se se aproxima a cimeira da NATO em Haia, “a nossa mensagem deve ser clara: estamos unidos, prontos e determinados”, garantindo que a Lituânia vai atingir a meta de 5% do PIB em gastos com Defesa em 2026.

O responsável político fez referência à Ucrânia, reiterando os apelos por “um cessar-fogo abrangente e incondicional” e instando os parceiros a adotarem sanções para “quebrar a máquina de guerra russa”.