
Administração Trump manteve contactos secretos com rivais políticos de Zelensky
O filho do presidente dos EUA, Donald Jr., o apresentador de notícias Tucker Carlson, o genro de Trump, Jared Kushner, e o enviado especial Steve Witkoff terão mantido conversas secretas com os rivais políticos do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, denunciou o jornal ‘POLITICO’.
Segundo a publicação, membros da equipa de Donald Trump lideraram discussões secretas com os aliados do ex-presidente Petro Poroshenko e a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, conforme a Administração Trump ficava cada vez mais descontente com Zelensky. O jornal ‘POLITICO’ salientou que as negociações secretas fazem parte de um esforço para tornar o presidente ucraniano mais complacente e mostrar que os EUA têm outros parceiros em potencial na Ucrânia.
Steve Witkoff é a única pessoa que foi nomeada por três deputados ucranianos e um especialista republicano em política externa, citado pelo ‘POLITICO’, que ocupa uma posição oficial na equipa da Trump, como enviado especial para o Médio Oriente e que já participou nas negociações dos EUA com a Rússia e a Ucrânia.
Tucker Carlson é um antigo apresentador da ‘Fox News’, de extrema-dreita, que tem promovido repetidamente narrativas anti-ucranianas, sendo que já entrevistou o presidente russo Vladimir Putin e o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov.
Trump Jr., filho mais velho do presidente dos EUA e vice-presidente executivo da Organização Trump, também frequentemente critica o apoio dos EUA a Kiev nas redes sociais. Já Kushner é um empresário e investidor que atuou como conselheiro de Trump durante oseu primeiro Governo e é casado com a filha do presidente, Ivanka Trump.
De acordo com fontes do ‘POLITICO’, as autoridades americanas estão convencidas de que Zelensky perderia as eleições se elas fossem realizadas hoje, apesar de inúmeras sondagens dizerem o contrário.
As sondagens mais recentes dão a Poroshenko e Tymoshenko chances mínimas de derrotar Zelensky se o ato eleitoral fosse hoje: 44% dos ucranianos votariam em Zelensky na primeira volta, o candidato presidencial mais valorizados pelos eleitores. O atual presidente foi seguido pelo ex-comandante-em-chefe Valerii Zaluzhnyi com 21%, Poroshenko com 10% e Tymoshenko com 6%.
Tanto Poroshenko quanto Tymoshenko reconheceram apenas contactos públicos com parceiros estrangeiros, incluindo os EUA, e rejeitaram pedidos de realização de eleições durante a guerra.