Administração do Ciberespaço da China volta a investigar gigante de transporte privado Didi dias após a sua IPO

As ações da Didi Global caíram até 10% nas negociações pré-mercado em Nova Iorque esta sexta-feira, depois de a administração do ciberespaço da China ter anunciado que deu início a uma nova investigação sobre a gigante de serviços de transporte privado, alegadamente para proteger a segurança nacional e o interesse público, segundo a Reuters.

A Administração do Ciberespaço da China (CAC) indicou que a Didi não tinha permissão para registar novos utilizadores durante a sua investigação, que foi anunciada apenas dois dias depois de a empresa ter começado a negociar na Bolsa de Valores de Nova Iorque.

A empresa já reagiu e afirmou que vai realizar uma análise abrangente dos riscos de segurança cibernética e que cooperará totalmente com a autoridade governamental competente no que foi solicitado.

“A Didi parece estar a atrair muita pressão regulatória. O impacto de curto prazo depende muito de quanto tempo dura uma revisão, mas a Didi tem uma base suficientemente grande para que ainda não mudemos as nossas previsões”, afirmou o analista da Redex Research Kirk Boodry, em declarações à Reuters.

Os reguladores chineses da Internet tornaram as regras mais rígidas para os gigantes da tecnologia do país nos últimos anos, pedindo às empresas que reúnam, armazenem e giram dados importantes de maneira adequada.

A Didi, que conseguiu 3,72 mil milhões de euros com a sua oferta pública inicial (IPO), não realizou um evento de celebração da sua estreia no mercado, um movimento incomum entre as empresas chinesas.

A empresa também enfrenta atualmente uma investigação antitrust, dada a conhecer pela Reuters em junho, que pretende apurar se a Didi levou a cabo comportamentos anticompetitivos para expulsar rivais de menor dimensão.

Na sua estreia na bolsa, a Didi Global, concorrente da Uber, acabou a sessão a valer mais 16%, arrecadando 4,4 mil milhões de dólares (3,6 mil milhões de euros) na oferta pública inicial (IPO).

Deste valor, 30% destina-se a desenvolvimento de tecnologia e outros 30% à expansão do negócio fora da China. Outros 20% serão destinados a novos produtos.

Foi o segundo maior IPO de uma empresa chinesa nos Estados Unidos, depois do grupo Alibaba, que fez a sua estreia em 2014, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

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