
Adivinhe quem está de volta: não lhe toque nem queime. O que fazer com a temida lagarta dos pinheiros
Há milhares de anos que vivem nas florestas de pinheiros do Mediterrâneo, mas as infinitas fileiras das lagartas do pinheiro (‘thaumetopoae Pityocampa’) continuam a causar calafrios à população. Agora é a hora – embora adiantada e com maior duração do que no passado – em que muitos destes temidos insetos descem das árvores e começam a cruzar-se com pessoas e os seus animais de estimação.
Se se sentirem atacados, separam-se dos seus pelos e podem causar reações alérgicas sérias. Pelo que o melhor é mesmo afastar-se delas, controlar as crianças e também tomar conta dos animais de estimação.
O seu ciclo biológico é complexo: no verão, a lagarta adulta põe os ovos nas agulhas dos pinheiros e 30 ou 40 dias depois (em setembro a outubro), as lagartas nascem. Quando chega o inverno, constroem os ninhos nos ramos dos pinheiros, que só abandonam para continuar a alimentar-se e a crescer.
Ainda no inverno (no momento em que estamos agora) ou no início da primavera, dependendo da área, os insetos descem das árvores para se enterrar, tornam-se em crisálidas e transformam-se em borboletas. E comece de novo. Alguns espécimes podem permanecer enterrados durante um ano ou mais para garantir a sobrevivência.
A sua mera presença não mata os pinheiros. “É muito raro que isso ocorra, porque eles não comem os rebentos macios e quando este saem, na primavera, a lagar já não está lá, o que permite que as árvores afetadas voltem”, explicou Mireia Banqué, do centro de investigação CREAF e responsável pelo programa Alerta Florestal, citado pelo jornal espanhol ‘El País’.
O que fazer caso entre em contacto?
Sinais e sintomas
Os sinais e sintomas resultantes do contacto com os pelos urticantes traduzem uma reação alérgica cuja gravidade depende da intensidade da exposição e da sensibilidade individual. Os sintomas podem surgir alguns minutos ou horas após o contacto e persistir por várias horas ou dias.
Esteja atento/a aos seguintes sintomas:
– Reação urticariforme: irritação cutânea com prurido (comichão), ardor, eritema (pele vermelha) e edema (inchaço). As lesões cutâneas têm características maculopapulares e podem ser acompanhadas de vesículas.
– Irritação ocular: em tudo semelhante a uma conjuntivite com os olhos avermelhados, prurido e edema.
– A inalação dos pelos pode desencadear tosse e dispneia (dificuldade respiratória) de gravidade variável.
Estes episódios são muito frequentes tanto nos adultos, como nas crianças, principalmente na fase em que os pelos são libertados.
O tratamento depende da intensidade dos sintomas. Em caso de contacto com a lagarta do pinheiro, estes são os procedimentos que deve ter:
– Remoção do vestuário;
– Lavagem da pele ou olhos com água corrente;
– Remoção dos pelos urticantes que possam ter ficado aderentes à pele (por exemplo, com um adesivo);
– Aplicação local de creme hidratante;
– Administração de anti-histamínico por via oral.
– No caso de contacto por via ocular deve sempre recorrer-se à observação por oftalmologista.
– Perante uma reação alérgica mais intensa deve ser feita uma observação no serviço de urgência.
– Se necessário, ligue 112.
E os animais?
Os animais são igualmente sensíveis ao contacto com as lagartas sendo aconselhado procedimentos idênticos. Será conveniente uma observação por um veterinário particularmente no caso de cães e gatos.