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Adesão da Ucrânia à UE e NATO é uma “loucura” e “suicida”, avisa Moscovo
A Rússia descreveu, esta sexta-feira, a potencial admissão da Ucrânia à União Europeia e à NATO como uma “loucura” e “suicida” – recorde-se que Kiev tem expressado consistentemente a sua ambição de se juntar às duas organizações e apresentou formalmente solicitações de adesão após a invasão da Rússia, em fevereiro de 2022.
Moscovo opôs-se fortemente à ideia, vendo a adesão de Kiev como um movimento provocativo e escalonador, e voltou a reforçar a mensagem em resposta a propostas da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
“É como se um ecologista dissesse que despejaria resíduos de refinaria de petróleo no mar, e um bombeiro prometesse não parar de atear fogo”, salientou Maria Zakharova, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, na rede social ‘Telegram’. “Acho que essa notícia contém toda a essência do que a OSCE se tornou.”
O diplomata checo Petr Mares, recém-nomeado representante especial da OSCE para a Ucrânia, apontou recentemente ao jornal russo ‘Izvestia’, que “supervisionaria mais de 20 projetos que contornam a Rússia, bem como prepararia Kiev para uma futura filiação à União Europeia e à NATO”.
“Deixe-me lembrá-lo de que na OSCE as letras ‘S’ e ‘C’ significam segurança e cooperação. Então, onde elas estão? Parece que o Ocidente, num acesso da ‘nova normalidade’ está a tentar atribuir-lhes um significado modernizado: ‘loucura’ e ‘suicida'”, referiu Zakharova.
“Este quase-representante da OSCE não está empenhado em harmonizar as relações entre os estados-membros da organização, mas em aprofundar a divisão no espaço europeu e jogar a favor de estruturas de blocos militaristas, que não incluem nem metade dos estados-membros da OSCE”, acrescentou a porta-voz.
A OSCE é uma organização intergovernamental composta por 57 estados participantes, incluindo todas as nações europeias, incluindo Portugal, mas também a Rússia e os EUA. Estabelecida na década de 1970 como a Conferência sobre Segurança e Cooperação na Europa, com foco na melhoria do diálogo entre os países do Bloco Ocidental e Oriental, a organização agora concentra-se na promoção da segurança no continente, ao mesmo tempo em que aborda questões como prevenção de conflitos, gestão de crises, controlo de armas, direitos humanos e promoção da democracia globalmente.