Acordo de cessar-fogo cada vez mais longe: Egito rejeita firmemente exigências de Netanyahu
O Governo do Egito manifestou esta terça-feira a sua firme rejeição da insistência do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na manutenção do destacamento de militares israelitas no corredor de Filadélfia, fora de qualquer possível acordo para um cessar-fogo ou o fim do conflito na Faixa de Gaza.
De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, Badr Abdelati, o Cairo “rejeita inequivocamente” que Israel mantenha o controlo do corredor, salientando que esta possibilidade “é inaceitável”.
Enfatizou ainda que o “Egito insiste em operar o outro lado da passagem fronteiriça sob supervisão palestiniana”, referiu o ministro, que exigiu “um regresso à situação anterior a 7 de outubro”, data em que o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e outras fações palestinianas atacaram Israel, desencadeando a ofensiva militar israelita contra Gaza.
Abdelati também observou que “houve uma falha por parte da comunidade internacional em enfrentar a agressão contra Gaza”, criticando alguns Estados, que “agem de forma hipócrita e com duplo padrão”.
Recorde-se que Benjamin Netanyahu reiterou, esta segunda-feira, a sua exigência de manter a presença militar israelita no corredor de Filadélfia, que separa a Faixa de Gaza do Egito, um dos principais obstáculos a um acordo com o Hamas que inclua um cessar-fogo e a libertação dos reféns raptados.
Segundo o primeiro-ministro israelita, “o corredor é a rota de oxigénio e armas para o Hamas”. “Quando sairmos de Gaza e do corredor de Filadélfia, não existe uma barreira à entrada em massa de armas e maquinaria para a produção de armas e para a escavação de túneis, tudo com o patrocínio do Irão”, salientou, argumentando que “o ‘eixo do mal’ precisa do corredor de Filadélfia”.
O corredor de Filadélfia é o nome pelo qual é conhecida a faixa de terra, com cerca de 14 quilómetros de extensão, que corre ao longo da fronteira, cujo lado palestiniano estava sob o controlo da Autoridade Palestiniana e o lado egípcio ficou sob controlo administrativo do Cairo.