A vingança serve-se… à moda de Pequim: tarifas da China sobre produtos americanos entram em vigor

A China anunciou a aplicação de novas tarifas sobre produtos dos Estados Unidos a partir de hoje, como resposta direta às medidas tarifárias impostas pela administração de Donald Trump. De acordo com a Comissão de Tarifas Aduaneiras do Conselho de Estado, as novas taxas incidem sobre o carvão, o gás natural liquefeito (GNL), o petróleo bruto, máquinas agrícolas e veículos de grande potência, intensificando ainda mais a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

As tarifas agora em vigor são de 15% sobre as importações de carvão e gás natural liquefeito provenientes dos EUA, enquanto o petróleo bruto, as máquinas agrícolas e os veículos de grande potência estão sujeitos a uma taxa adicional de 10%. Estas medidas surgem em resposta à decisão da Casa Branca de impor uma tarifa de 10% sobre uma série de produtos chineses a partir de 1 de fevereiro, elevando novamente a tensão nas relações comerciais sino-americanas.

Além das tarifas sobre produtos norte-americanos, a China anunciou um reforço do controlo sobre a exportação de materiais estratégicos essenciais para indústrias de alta tecnologia. O Ministério do Comércio chinês confirmou que passará a regular com maior rigor a exportação de metais como tungsténio, telúrio, bismuto e molibdénio, elementos fundamentais para setores como a eletrónica, a aeronáutica e a produção de semicondutores.

Esta nova restrição na exportação de matérias-primas críticas poderá afetar significativamente empresas norte-americanas e europeias que dependem desses materiais para a produção de componentes tecnológicos avançados. Especialistas alertam que esta medida poderá ser um novo instrumento de pressão por parte de Pequim no contexto da disputa comercial, que há vários meses afeta cadeias de abastecimento globais e causa instabilidade nos mercados financeiros.

A relação comercial entre os Estados Unidos e a China tem sido marcada por sucessivos episódios de tensões e retaliações tarifárias. Desde 2018, ambos os países impuseram tarifas sobre centenas de milhar de milhões de dólares em mercadorias, afetando setores como a indústria automóvel, a agricultura e a tecnologia.

Analistas apontam que a decisão de Pequim de adotar novas tarifas e reforçar o controlo sobre materiais estratégicos representa um endurecimento da sua posição face à administração Trump. Apesar das tentativas anteriores de negociação, a ausência de um acordo sólido continua a alimentar incertezas quanto ao futuro das relações comerciais entre as duas potências.

Com estas novas tarifas em vigor e um maior controlo sobre recursos essenciais para a indústria tecnológica, a guerra comercial entre os EUA e a China continua a escalar, com potenciais repercussões a nível global.