A nova corrida ao ouro: Transição energética ‘brilha’ nos olhos dos investidores e há milhões em jogo
A transição energética global está a tornar-se uma das maiores oportunidades de investimento da atualidade. O setor das energias renováveis, impulsionado pela necessidade de descarbonização, acessibilidade e segurança energética, está a atrair volumes recorde de capital.
Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), o investimento anual necessário para esta transformação deverá atingir os 4,1 mil milhões de euros na próxima década, quase triplicando os valores de 2023.
Mesmo nos EUA, onde o cenário político pode ser volátil, o setor das energias renováveis tem beneficiado de apoio bipartidário, dado o seu impacto positivo na criação de emprego e na competitividade dos custos energéticos. No entanto, muitos investidores questionam se devem concentrar os seus investimentos exclusivamente na transição energética ou diversificá-los em infraestruturas tradicionais, como transportes e serviços públicos.
De acordo com Minal Patel, Global Head of Infrastructure da Schroders Capital, há três razões fundamentais para que os investidores maximizem a sua exposição às infraestruturas da transição energética:
- Alocação diferenciada e benefícios de diversificação
A análise de retornos e risco entre 2014 e 2024 mostra que os investimentos em infraestruturas da transição energética apresentam um perfil de risco e retorno semelhante ao das infraestruturas tradicionais. No entanto, possuem características únicas de diversificação, incluindo exposição a diferentes prémios de risco, como inflação, preços da eletricidade, condições meteorológicas, inovação tecnológica e políticas energéticas. - A energia lidera o crescimento nas infraestruturas
O setor energético, e particularmente as energias renováveis, representa a maior fatia dos investimentos em infraestruturas nos últimos 15 anos. A necessidade crescente de eletrificação e descarbonização da economia global exige um fluxo contínuo de capital. Além disso, o atual ambiente de mercado, onde promotores enfrentam restrições de capital, está a criar oportunidades atrativas para investidores interessados em ativos operacionais. - Riscos de sustentabilidade e proteção contra choques económicos
Investir na transição energética não é apenas uma questão de impacto ambiental, mas também uma forma de mitigar riscos financeiros relacionados com a sustentabilidade. Episódios recentes, como a crise energética de 2022 causada pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia, demonstraram que os ativos da transição energética podem oferecer um desempenho superior em momentos de instabilidade, ao contrário de outras classes de ativos mais expostas às flutuações económicas.
A transição energética representa uma oportunidade sem precedentes para os investidores, oferecendo não apenas retornos atrativos, mas também uma diversificação significativa dentro dos portefólios.