“A maior parte dos ciclos de aperto à economia já terminaram”, considera Diretor-Geral da Ebury

Depois de meses consecutivos em que os principais Bancos Centrais mundiais subiram as taxas de juro de referência para combater a inflação persistente, assistimos a uma mudança na política monetária com uma pausa nas subidas. Mas o alerta já foi deixado por parte dos banqueiros centrais.

“As principais reuniões dos bancos centrais já foram realizadas, e é evidente que a maior parte dos ciclos de aperto à economia já terminaram. As atenções centram-se agora em saber quando e em que medida as taxas de juro sofrerão cortes, embora nenhum dos bancos centrais pareça ter pressa em fazê-lo”, explica David Brito, Diretor-Geral da Ebury, em declarações à Executive Digest.

Esta semana será fraca em termos de divulgação de dados económicos, pelo que os mercados cambiais deverão ser impulsionados sobretudo pelas repercussões da atitude “dovish” da Fed da semana passada e pelos indícios de um abrandamento do mercado de trabalho nos EUA.

No que respeita a obrigações e ações, estas subiram em simultâneo em todo o mundo na semana passada, suportadas pela indicação da Reserva Federal de que o ciclo de subida nas taxas de juro pode ter acabado. Para além disso, os resultados do elatório sobre o mercado de trabalho veio alimentar estas esperanças.

“Os países exportadores de matérias-primas e, em particular, os países da América Latina, estiveram claramente entre os vencedores, enquanto os tradicionais portos de seguro, como o iene japonês e o franco suíço, saíram penalizados”, sublinhou David Brito.

Na Zona Euro, a moeda única recuperou na semana passada, no meio da recuperação geral do dólar. No entanto, o movimento não teve qualquer efeito catalisador da Zona Euro.

A Ebury considera ainda que a queda dos números da inflação e a pausa nas subidas das taxas de juro por parte do BCE pode ajudar na “valorização do euro a médio prazo, dado o baixo preço da moeda e as baixas expectativas de crescimento económico que são atualmente avaliadas”.