
A economia mundial em risco: O que está a acontecer com os setores mais cruciais?
O Barómetro Anual de Risco País e Setorial, que abrange 160 países e 13 setores, destaca um crescimento global moderado de 2,7% em 2025, mas com desigualdades acentuadas entre regiões.
O estudo da Coface revela que, enquanto os EUA mantêm uma trajetória sólida, impulsionada pelo consumo privado e políticas fiscais expansionistas, a Europa enfrenta sérias dificuldades, especialmente nos setores da indústria e construção, com confiança dos consumidores em níveis muito baixos. A falta de investimento e o aumento das insolvências empresariais agravam a situação, particularmente na Alemanha, França e Itália.
No setor automóvel europeu, a Coface assinala uma deterioração significativa, devido à estagnação da procura interna, à concorrência crescente da China e à incerteza das políticas de transição energética. Em contrapartida, o setor da construção continua a sofrer com o aumento das taxas de juro e a retração do investimento. Contudo, o setor energético apresenta sinais mistos, com as energias renováveis a crescer, enquanto os combustíveis fósseis enfrentam riscos elevados devido à transição climática e instabilidade geopolítica.
O Barómetro também alerta para a vulnerabilidade dos mercados emergentes, especialmente aqueles com elevada dependência de dívida em moeda estrangeira. Países como Brasil, África do Sul e Tunísia enfrentam uma piora do risco, enquanto a China, embora tenha cumprido a meta de crescimento em 2024, enfrenta uma desaceleração económica devido à crise no setor imobiliário e ao declínio do investimento privado.
A análise revela também melhorias de risco em países como o Reino Unido, que beneficia de uma recuperação económica moderada, e Omã e Luxemburgo, que destacam pela estabilidade das finanças públicas. No entanto, países como Bangladesh, Maldivas e Botswana enfrentam um agravamento nas suas perspetivas devido a crises financeiras internas e dependência de setores em queda.
Com este Barómetro, a Coface reforça a importância de monitorizar o risco país e setorial para antecipar tendências, mitigar riscos e identificar novas oportunidades no comércio global.