87% dos gestores portugueses elegem como principal preocupação a saúde e segurança dos colaboradores, revela estudo

Cerca de 87% dos inquiridos portugueses identificaram este ano os riscos associados a Higiene & Segurança. A escolha desta categoria abrangente decorre de preocupações relacionadas com bem-estar e saúde mental dos colaboradores, e é um reflexo claro de que a gestão e retenção do talento assume um papel chave na estratégia das organizações e um fator crítico para o sucesso. Seguidamente, os riscos regulatórios (80%) posicionam-se como os mais impactantes.

Esta é a principal conclusão do inquérito sobre a Responsabilidade de Administradores e Diretores – “Directors & Officers Liability Insurance Survey 2025” – realizado pela WTW, que se focou nos principais riscos para as empresas a nível mundial, recolhendo a perspetiva dos executivos sobre quais as prioridades na gestão de risco e novos riscos emergentes.

Face ao ano anterior, o estudo revelou uma mudança na perceção dos líderes. Os riscos associados à corrupção e suborno, a preocupação com ciberataques e a preocupação com proteção de dados já não constam no top 3 das preocupações dos gestores portugueses.

Jorge Tobias, Responsável do Departamento de Riscos Financeiros e de Executivos da WTW Portugal, destaca: “No nosso atual contexto nacional, o talento é um recurso escasso e não é totalmente surpreendente que este risco surja agora destacado na visão dos gestores portugueses, o que está inclusivamente bastante alinhado com os pares europeus.”

Acrescenta ainda: “outro aspeto a salientar prende-se com a preocupação com temas regulatórios. O chamado ‘tsunami regulatório’ a que temos assistido nos últimos anos não deixa ninguém indiferente, havendo uma preocupação evidente com as possíveis consequências financeiras e reputacionais para as empresas, mas também para os decisores em caso de não cumprimento.”

Outras conclusões relevantes deste relatório:

– Apesar de a adoção da Inteligência Artificial ser um tema absolutamente central nos dias dia hoje, apenas 37% dos líderes portugueses identificam este risco como importante ou muito importante para a sua organização. Esta estatística fica bastante abaixo dos pares europeus, onde 63% dos inquiridos consideram estar perante um risco relevante para a organização.

– Existe alguma carência de competências nos órgãos de gestão de topo, ao nível de matérias como Inteligência Artificial e Cibersegurança, tendo em conta que apenas 41% dos inquiridos em Portugal pensa ter essa valência devidamente representada.

– Riscos climáticos são identificados como importantes e muito importantes “apenas” por 34% dos inquiridos portugueses. Apesar de ser um percentual mais baixo do que os pares europeus (48%), acaba por existir um alinhamento relativamente ao grau de prioridade deste risco para as empresas. Em termos gerais, e tendo em conta inúmeros setores, este risco não está a ser priorizado (apenas em sectores muito específicos).

– Quando convidados a identificar os temas para os quais é necessário reservar mais tempo nas reuniões de gestão, o tópico prioritário identificado é Enterprise Risk Management (ERM), com 46%, seguido de Monitorização e Reporting Financeiro e Desenvolvimento de Estratégia, ambos com 39%.