4 etapas para fazer investimentos no estrangeiro
1. Conte com ajuda profissional
Quando se tem dinheiro, investi-lo é relativamente fácil. Conforme o tipo de investimento pretendido, este deverá passar pela compra de activos ou por transacções bancárias, processos relativamente simples de realizar dentro de Portugal. Mas, e se quiser alargar a sua carteira de investimentos além-fronteiras e investir num determinado activo noutro país?
Em primeiro lugar, o melhor a fazer é procurar a ajuda de um especialista certificado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), com experiência em materializar investimentos no estrangeiro. Este gestor já terá o conhecimento de várias estratégias por onde poderá seguir, bem como uma visão detalhada e actualizada do mercado financeiro internacional. Além disso, um especialista nestas matérias conhece os riscos de cada investimento e de cada país, tendo a capacidade de orientar os seus clientes sobre como aplicar o seu dinheiro e em que momento.
O objectivo de ter um profissional especializado é encontrar um equilíbrio entre o menor risco e a maior remuneração de um investimento. No entanto, pode também ser uma obrigação, porque existem casos em que só pode fazer um investimento no exterior com um acompanhamento profissional a partir de um determinado montante.
2. Abra uma conta no estrangeiro
Um passo importante para investir num qualquer país é ter lá uma conta bancária, pelo que um dos primeiros passos é escolher a instituição bancária ou corretora onde irá abrir a sua conta. Antes disso, tenha especial atenção aos riscos políticos e estabilidade económica, bem como a liquidez, a quantidade de activos e a capitalização.
Consoante os seus objectivos enquanto investidor, deve ainda observar os custos de manutenção da conta bancária, a disponibilidade de cartões de débito ou crédito, os investimentos disponíveis e os mercados onde é possível realizá-los.
Por fim, importa ainda lembrar que os bancos não são todos iguais, seja em Portugal ou no estrangeiro. Existem diferenças entre um banco convencional, onde se abre uma conta para gestão diária, e um banco de investimentos ou private bank, que está direccionado para aplicações, tem atendimento personalizado e implica custos mais elevados.
Algumas corretoras permitem investimentos no estrangeiro sem a necessidade de abrir uma conta no país de origem, pelo que, em alguns casos, também vale a pena explorar essa opção.
3. Defina o tipo de investimento
Uma outra etapa fundamental é definir, em conjunto com o seu gestor de conta, o tipo de investimento. Dependendo do momento económico e político de cada país, o que é um bom investimento hoje poderá não ser amanhã, pelo que, mais uma vez, a ajuda especializada é fundamental.
Uma das maneiras mais habituais de investir num país estrangeiro é abrir uma conta numa corretora, transferir o montante e realizar aplicações em activos locais. No entanto, esta via de investimento pode tornar-se bastante burocrática devido à legislação, não só no país de destino, mas também no de origem. Em alguns casos de montantes elevados é preciso comunicar estes investimentos ao Banco de Portugal e existe lugar ao pagamento de impostos.
O mercado imobiliário é outro tipo de investimento que pode tornar-se interessante, principalmente em países com preços relativamente baixos, mas com alto potencial de desenvolvimento turístico. Os imóveis adquiridos no estrangeiro têm de ser declarados às Finanças em Portugal e, em caso de venda, existem tributações a ter em conta, tanto no país de origem como no de destino.
Uma opção muito interessante e mais simples de gerir consiste em investir em fundos de investimento no estrangeiro. Neste tipo de investimento, o seu gestor de conta deverá analisar as taxas de administração e a expectativa de remuneração e compará-la entre países e até com Portugal, para perceber se compensa investir lá fora ou não.
O investimento através de Exchange Traded Funds (ETF) é uma opção ainda mais simples e que não exige um montante muito elevado para investir no estrangeiro. Um ETF é um conjunto diversificado de activos (como um fundo de investimento), que se transacciona numa Bolsa (como uma acção). Caracteriza-se por ser um tipo de investimento de baixo custo e eficiente em termos fiscais.
4. Analise os custos
Por fim, tenha em conta todos os custos associados ao seu investimento. Não se trata somente de comissões e taxas no país de destino. Terá também de ter em conta a comissão do profissional que o vai acompanhar, os impostos a observar, os custos de movimentação de dinheiro entre países, as taxas de câmbio e muitos outros custos que poderão eventualmente aparecer.
Investir no estrangeiro pode ser muito atractivo, mas exige também cautela, para que as aplicações sejam feitas em segurança. Deste modo, antes de realizar um investimento, analise o mercado de destino com ajuda profissional, de forma a obter os maiores ganhos possíveis.