11 de Setembro: familiares das vítimas pedem a Trump e Kamala Harris que confrontem Arábia Saudita pelo seu papel no atentado
Dois grupos representantes das famílias das vítimas do 11 de Setembro escreveram a Donald Trump e Kamala Harris, os dois candidatos presidenciais, a pedirem que confrontem a Arábia Saudita sobre as suas supostas ligações com os ataques.
Nas cartas destacaram as evidências que surgiram em junho último sobre um litígio em marcha das famílias do 11 de Setembro contra o Governo saudita, no qual alegam que as autoridades sauditas apoiaram os sequestradores – 15 dos 19 eram cidadãos sauditas – antes dos ataques: o Governo saudita negou qualquer envolvimento.
O grupo ‘9/11 Justice’ pediu à vice-presidente Kamala Harris e ao ex-presidente Donald Trump que “não endossassem qualquer acordo de normalização a envolver a Arábia Saudita a menos que abordasse totalmente o papel do Governo saudita” no atentado às Torres Gémeas – o grupo garantiu que endossaram o apelo 3 mil signatários, que disse ser “essencial à integridade da nossa nação e às memória” dos 2.977 mortos nos ataques.
Já o grupo ‘9/11 Families United’, que representa mil familiares das vítimas, pediu aos dois candidatos que tornem prioritário “a transparência e a responsabilização” e apoiem a legislação que ajude as vítimas americanas a responsabilizar os patrocinadores estrangeiros do terrorismo.
As ligações à Arábia Saudita surgem após a divulgação de um vídeo, obtido pela polícia britânica, e relatado pela primeira vez em junho último pelo programa ’60 Minutes’, da ‘CBS’, no qual se vê o cidadão saudita Omar al-Bayoumi, identificado pelo FBI em 2017 como um agente dos serviços de inteligência saudita com ligações a dois terroristas do 11 de Setembro, a filmar o edifício do Capitólio dos Estados Unidos em 1999: foi também ouvido a referir-se “a um plano”.
De acordo com os investigadores federais, os terroristas do voo 93 da United Airlines tinham como alvo o Capitólio antes de os passageiros terem tomado o avião, que viria a cair perto de Shanksville, na Pensilvânia. Segundo o ex-diretor da CIA, Michael Morell, o vídeo não deixou dúvidas “de que a Al-Qaeda encarregou Bayoumi de fazer este vídeo de investigação”.
O presidente do ‘9/11 Families United’, Terry Strada, escreveu que as evidências mostram que o Governo saudita estava “profundamente interligado com a Al-Qaeda na década que antecedeu os ataques de 11 de Setembro de 2001 e forneceu à Al-Qaeda apoio crucial que permitiu que planeassem e executassem a sua missão mortal”.