Estónia, Letónia, Lituânia, Finlândia, Polónia, Roménia e Bulgária, assim como Eslováquia e Dinamarca, reuniram-se esta sexta-feira com o comissário europeu da Defesa, Andrius Kubilius, para tentar dar os primeiros passos rumo ao “muro de drones ” anunciado por Ursula von der Leyen e preparado para intercetar incursões de caças russos como as que vêm ocorrendo nos últimos dias nesses Estados-membros do bloco. A ideia, segundo Kubilius, é que essa medida possa estar operacional “dentro de um ano”, anunciou a publicação ‘Euractiv’.
Segundo Bruxelas, a ideia é que o escudo antidrone que está a ser preparado inclua “todos os Estados-Membros”, embora tenha decidido iniciar contactos com aqueles diretamente afetados pela suposta interferência russa. Moscovo continua a negar qualquer envolvimento. “Estas últimas incursões de drones no espaço aéreo europeu evidenciam mais uma vez o trabalho em marcha para construir este muro antidrone”, alertou o porta-voz da Comissão Europeia, Thomas Regnier.
O objetivo é que os países possam apresentar as suas capacidades para a iniciativa proposta por Bruxelas neste momento, e que essa estrutura esteja operacional o mais breve possível, com o aconselhamento da Ucrânia, que receberá apoio adicional para defender os seus céus. “Não estamos a começar do zero; não começámos ontem, nem mesmo no discurso do Estado da União. Se a presidente anunciou isso, é precisamente porque sabe que podemos cumprir, e é esse o trabalho que o comissário Kubilius está a fazer atualmente”, reforçou o executivo da UE.
Para desenvolver essa força, no entanto, Von der Leyen apelou à unidade. “Devemos atender ao apelo dos nossos amigos do Báltico e construir um muro de drones. Esta não é uma ambição abstrata. É a base de uma defesa credível”, declarou, antes de esclarecer que essa capacidade “deve ser desenvolvida e sustentada em conjunto para enfrentar ameaças reais”, porque “não pode mais haver espaço para ambiguidade”.
A capacidade de implementar esta iniciativa cabe, em última análise, aos Estados-Membros da União Europeia, recordou Regnier, explicando que são eles os responsáveis por definir quais os recursos que podem contribuir e dentro de que prazo. De facto, já foi realizada uma reunião inicial com os países na linha da frente da ação, com o objetivo de avaliar quais os recursos que estão dispostos a oferecer imediatamente.
Ao mesmo tempo, está a ser analisado o papel que a própria Comissão Europeia pode desempenhar. Regnier enfatizou que o Programa Europeu da Indústria de Defesa (EDIP) caminha para as fases finais do seu processo legislativo, com discussões em marcha entre o Conselho da UE e o Parlamento Europeu. Este instrumento planeia alocar 1,5 mil milhões de euros do orçamento da UE entre 2025 e 2027 para fortalecer a base industrial de defesa europeia e melhorar sua capacidade de resposta.
Além disso, Bruxelas ativou o SAFE, um novo mecanismo de empréstimo de até 150 mil milhões de euros para promover aquisições conjuntas nos setores de segurança e Defesa. Os parceiros da UE interessados devem apresentar seus planos de investimento até 30 de novembro, data crucial que marcará o início da próxima fase de coordenação.














