Amoreiras Shopping center celebra 40 anos com renovação, inovação e uma oferta centrada em experiências que integram o físico e o digital.
Em 2025, o Amoreiras Shopping Center assinala quatro décadas de existência. Pioneiro em Portugal, o centro comercial tem acompanhado a evolução da cidade, dos consumidores e das tendências do retalho. Em entrevista à Executive Digest, Fernando Oliveira, administrador da Mundicenter, destaca as principais transformações do espaço ao longo dos anos e antecipa os caminhos do sector em Portugal.
O Amoreiras Shopping Center celebra 40 anos em 2025, sendo pioneiro em Portugal. Como caracteriza a evolução do centro desde 1985, até aos dias de hoje?
Desde a sua inauguração, em 1985, o Amoreiras Shopping Center tem-se afirmado como um espaço comercial de referência, com um percurso marcado pelo pioneirismo e pela capacidade de resposta à evolução da cidade e dos hábitos de consumo. O Amoreiras tem contribuído para a modernização do retalho em Portugal, integrando comércio, serviços e lazer, e teve um impacto económico relevante na criação, de forma directa e indirecta, de emprego e atracção de investimento. Modernizou-se, diversificou a sua oferta e reforçou a ligação à comunidade.
Recentemente foram anunciadas várias mudanças para iniciar esta nova década com um look renovado e ainda mais sofisticado. Que tipo de renovações estão previstas?
Para marcar o início de uma nova década e celebrar os seus 40 anos, o Amoreiras Shopping Center tem sido alvo de uma importante obra de requalificação do espaço, que inclui a renovação do pavimento e das guardas dos varandins. Esta intervenção tem como objectivo reforçar a sofisticação e modernidade do centro, melhorar a experiência dos visitantes, preparando-o para o futuro. O processo de transformação tem sido acompanhado por uma campanha institucional faseada. Em 2024, o claim “Wow in Progress” marcou o arranque da comunicação, assente na ideia de preparação e mudança, um centro que se estava a reinventar, a planear o futuro. Em 2025, ano do 40.º aniversário, o Amoreiras apresentou o “Wow in Progress – Get Ready”, conceito que simboliza um momento de concretização, transmitindo a mensagem clara de que a mudança está a acontecer.
Com mais de 200 lojas numa área de 45 mil metros quadrados, como gere o Amoreiras o equilíbrio entre marcas consolidadas e novos conceitos comerciais?
A gestão da oferta comercial do Amoreiras Shopping Center assenta num equilíbrio estratégico entre marcas consolidadas e novos conceitos, em linha com o posicionamento premium do centro e o perfil exigente do seu público. A selecção de operadores é orientada por critérios de diferenciação, relevância e inovação, privilegiando marcas com forte notoriedade, propostas emergentes com potencial de atracção e experiências distintivas. O objectivo é garantir uma oferta diversificada e actual, uma combinação entre tradição e novidade que reforça a identidade do Amoreiras Shopping Center como um destino comercial distinto.
O Amoreiras recebe em média 8,3 milhões de visitantes anuais. Que estratégias implementaram para manter esta atractividade num mercado cada vez mais competitivo?
O centro investe regularmente na renovação das áreas comuns, assegurando um ambiente cuidado e actual, e gere de forma criteriosa o seu mix comercial, equilibrando marcas consolidadas com novas insígnias. O centro aposta também em campanhas institucionais e acções de marketing com uma abordagem disruptiva, reforçando a sua notoriedade e fortalecendo a relação com quem o visita. Por fim, há um compromisso diário com os mais altos padrões de operação – desde os serviços de limpeza à segurança – que contribui para que o Amoreiras Shopping Center continue a ser reconhecido como um espaço de referência em Lisboa.
A localização no coração de Lisboa, inserido no complexo das Torres das Amoreiras, continua a ser uma vantagem competitiva?
A proximidade a zonas residenciais e empresariais garante um fluxo constante de visitantes ao longo do dia, desde moradores a profissionais que trabalham na envolvente. Para responder a essa diversidade, o Amoreiras oferece uma combinação equilibrada de comércio, serviços e restauração, com soluções pensadas para os diferentes públicos, procurando facilitar o dia-a-dia dos seus visitantes que encontram no espaço comercial o que procuram, sem necessidade de se deslocarem a outros espaços.
A pensar no público profissional, foi criado o Amoreiras Corporate Card, um cartão digital que oferece benefícios exclusivos para incentivar a frequência e a fidelização. Paralelamente, o Amoreiras desenvolve acções regulares com a comunidade local, através de parcerias com instituições e iniciativas de proximidade, reforçando a sua integração na envolvente e o compromisso com quem o visita.
Que papel desempenham os espaços de restauração e lazer na estratégia actual do Amoreiras?
Na restauração, temos vindo a reforçar a qualidade e diversidade da oferta, com conceitos ajustados ao perfil dos visitantes, desde opções rápidas e práticas para quem tem pouco tempo até propostas mais sofisticadas, ideais para almoços de trabalho ou momentos de lazer num ambiente cuidado.
Atento às tendências, o centro integrou conceitos que respondem à crescente procura por alimentação saudável e sabores internacionais, com especial destaque para conceitos de inspiração oriental, cada vez mais valorizados. No campo do lazer, a oferta de experiências tem vindo a ganhar uma relevância crescente, tornando a visita ao Amoreiras numa proposta que vai muito além das compras. O Miradouro Amoreiras 360º, com uma das melhores vistas panorâmicas sobre Lisboa, é um exemplo claro dessa ambição. A isto juntam-se exposições imersivas e temporárias, instalações artísticas e decorações que enriquecem o ambiente e a dimensão cultural do espaço.
Face às mudanças nos hábitos de consumo, que ajustamentos foram feitos no funcionamento do centro?
A pandemia acelerou transformações nos padrões de consumo, às quais o Amoreiras Shopping Center respondeu com ajustamentos orientados para a conveniência, a eficiência e a valorização da experiência de visita. Esta nova dinâmica exige uma oferta mais focada, serviços que facilitem a decisão e soluções que optimizem o tempo passado no centro. Foram reforçadas funcionalidades de recolha de encomendas, melhorada a comunicação digital e promovida uma gestão mais fluida entre a experiência física e digital, assegurando conforto e segurança em todas as interacções.
Quanto ao perfil dos visitantes, mantém-se uma forte presença de profissionais e residentes, com destaque para o aumento de residentes estrangeiros, reflexo das mudanças demográficas recentes em Lisboa.
Que medidas ambientais e de eficiência energética estão implementadas ou planeadas?
O Amoreiras Shopping Center tem adoptado uma abordagem integrada de sustentabilidade, com foco na eficiência energética, gestão de resíduos e redução da pegada ambiental. Entre as medidas em curso estão a iluminação LED, sistemas de controlo de consumos, certificação energética e reciclagem selectiva. Adicionalmente, impulsionamos a mobilidade sustentável ao oferecer pontos de carregamento para carros eléctricos nos shoppings. Anualmente, os shoppings têm também várias iniciativas culturais/ lúdicas, integradas no seu plano de actividades, com uma forte mensagem neste âmbito.
Como vê o futuro do comércio físico face ao crescimento do e-commerce? Que estratégias digitais estão a desenvolver?
O comércio físico continuará a desempenhar um papel relevante. Acreditamos que os grandes centros comerciais evoluirão para destinos multifuncionais, onde o retalho convive com serviços, cultura, lazer e bem-estar.
No Amoreiras, reforçamos continuamente aquilo que distingue a experiência presencial: o contacto directo com as marcas, a experimentação do produto e a vivência de um ambiente cuidado e atractivo. Trabalhamos em estreita colaboração com os lojistas, promovendo a renovação dos espaços, campanhas promocionais e activações em loja que geram motivos para visitar o centro. Além disso, investimos na modernização dos espaços comuns, na diversidade da oferta e na criação de experiências que acrescentam valor à visita. Complementamos esta experiência com estratégias digitais integradas, seguindo o modelo phygital. Estamos a investir no desenvolvimento de ferramentas de IA que permitam melhorar a experiência do cliente, dentro do centro e nos canais digitais. O futuro do retalho será híbrido, experiencial e responsável. E é nesse caminho que estamos focados.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Grandes Espaços Comerciais”, publicado na edição de Agosto (n.º 233) da Executive Digest.












