O Comité de Segurança Sanitária reuniu-se esta segunda-feira para avaliar a situação do surto da última variante da varíola dos macacos, conhecida como mpox, que se regista atualmente em África. Após análise, o comité decidiu não implementar novas medidas restritivas, mantendo em vigor as já adotadas.
O risco de propagação da doença entre as autoridades europeias foi considerado “baixo”, pelo que não se justifica o endurecimento das recomendações atuais, que continuam a focar-se principalmente na proteção da população vulnerável.
Apesar desta avaliação, o comité não exclui a possibilidade de surgirem mais casos importados na União Europeia, um cenário que é considerado altamente provável. No entanto, não se recomenda, para já, o controlo de fronteiras nem a vacinação generalizada da população, mantendo-se a estratégia de monitorização e intervenção direcionada para grupos específicos.
O Comité de Segurança da Saúde da UE, composto por especialistas da Comissão Europeia e dos Estados-membros, convocou uma reunião técnica, confirmou a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, citada pela agência noticiosa Efe.
Este comité coordena a resposta rápida da UE às ameaças sanitárias transfronteiriças graves, coordena o intercâmbio de informações sobre medidas específicas tomadas por cada país e, juntamente com a Comissão Europeia, define as ações a tomar em termos de preparação, planeamento, comunicação de riscos e respostas.
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) anunciou, numa avaliação de risco atualizada, que é “muito provável” que haja mais casos importados de mpox (a doença anteriormente conhecida como ‘varíola dos macacos’), mas descartou que possa haver um contágio contínuo se forem tomadas as medidas adequadas rapidamente.
O ECDC apelou para vigilância eficaz, testes laboratoriais, investigação epidemiológica e capacidade de rastreio de contactos, iniciativas semelhantes às preconizadas pela OMS.
Os especialistas admitem que a nova variante mpox se pode propagar facilmente através do contacto próximo entre dois indivíduos, sem que seja necessário contacto sexual, e é considerada mais perigosa do que a variante de 2022, que na altura deu origem a outro alerta semelhante, levantado em maio passado, depois de a sua propagação ter sido contida.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) esclareceu que nenhum dos casos de mpox reportados em Portugal é da variante mais perigosa da doença (clade I), que apareceu na quinta-feira passada pela primeira vez na Suécia.
Em resposta à agência Lusa, a DGS referiu que “todos os casos reportados em Portugal são da clade I IIb do vírus monkeypox, não tendo sido identificado nenhum caso pela clade I”.
Na quinta-feira, depois de a Suécia ter registado o primeiro caso de uma variante mais contagiosa e perigosa da doença, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou para a possibilidade de serem detetados na Europa outros casos importados de mpox.
A OMS declarou na quarta-feira o surto de mpox em África como emergência global de saúde, com casos confirmados entre crianças e adultos de mais de uma dezena de países e uma nova variante em circulação.














