Miranda Sarmento diz que financiamento em África pode ser estratégico para Europa

O ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, apelou hoje para uma nova vaga de financiamento em África, considerando que pode impulsionar a economia do continente, mas ser também uma decisão estratégica para a Europa.

Executive Digest com Lusa
Julho 25, 2025
15:12

O ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, apelou hoje para uma nova vaga de financiamento em África, considerando que pode impulsionar a economia do continente, mas ser também uma decisão estratégica para a Europa.

“Temos de investir, cada vez mais, em cadeias de valor e de abastecimento robustas em África, temos de apoiar sistemas de saúde resilientes no sul global, temos de criar condições para oportunidades económicas sustentáveis em mercados emergentes”, afirmou Miranda Sarmento na sua intervenção no Fórum EurAfrican, que se realiza em Cascais.

No entender do governante, esta é “uma oportunidade extraordinária” para África.

“Uma nova vaga de financiamento pode impulsionar a economia local, acelerar cadeias de valor regionais, promover ‘startups’ que inovem e que resolvem problemas reais das pessoas no seu dia-a-dia”, elencou.

Já do lado europeu, considerou que é “também uma questão de futuro”.

“Investir em desenvolvimento não é apenas um mera solidariedade ou um ato de generosidade, é sobretudo uma decisão estratégica que garante mercados dinâmicos, que assegura estabilidade em cadeias de interdependência e de valor, que todos precisamos para alcançar uma prosperidade partilhada”, acrescentou.

No entender do ministro, é necessário que haja uma conjugação de investimento público e privado, e salientou que desbloquear financiamento não passa apenas pelo aumento dos orçamentos.

Assim, defendeu a necessidade de se combinarem orçamentos de ajuda pública com instrumentos de investimento privado, com capital de risco, com parcerias de cofinanciamento ou outros instrumentos.

“Temos de criar garantias, seguros de risco, modelos de ‘blended finance’ que atraiam capital para setores estratégicos como energias renováveis, digitalização, educação e infraestruturas resilientes”, defendeu, acrescentando que as políticas de comércio podem ser alinhadas com as de investimento e cooperação.

Miranda Sarmento defendeu ainda que a discussão deve focar-se em investir melhor, na criação de instrumentos inovadores e em garantir que os projetos respondem às prioridades dos países parceiros, com foco nas comunidades locais.

O Fórum EurAfrican, promovido pelo Conselho da Diáspora Portuguesa, decorre hoje e sábado, em Carcavelos, Cascais (Lisboa), reunindo líderes políticos, empresários, investigadores e outras personalidades dos mais diversos setores sobre oportunidades entre Europa e África.

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