Militares reúnem-se esta tarde para discutir condições socioprofissionais: “Qualquer caixa de supermercado recebe o mesmo e tem horários. Nós trabalhamos 24 horas”

Em cima da mesa vão estar o direito à negociação coletiva, a representação jurídica, a valorização das carreiras, melhores condições de trabalho, a gratuitidade de prestação de cuidados de saúde e pela revisão da tabela salarial

Francisco Laranjeira
Maio 25, 2024
8:30

Os militares vão reunir-se esta tarde (a partir das 14 horas), na Academia de Santo Amaro, em Lisboa, para analisar, debater e discutir as diversas matérias que contribuem para a degradação das suas condições socioprofissionais: o encontro foi organizado pela direção da Associação Nacional de Sargentos (ANS), Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) e Associação de Praças (AP).

Em cima da mesa vão estar o direito à negociação coletiva, a representação jurídica, a valorização das carreiras, melhores condições de trabalho, a gratuitidade de prestação de cuidados de saúde e pela revisão da tabela salarial.

Recorde-se que no passado dia 21 uma delegação da ANS, constituída por António Lima Coelho (presidente), Carlos Colaço e Rogério Graça (vice-presidentes) e João Mata (secretário) foi recebida em audiência pelo secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Álvaro Castelo Branco.

A delegação teve a oportunidade de apresentar algumas das questões que mais preocupam os sargentos de Portugal, que vêm sendo apresentadas em sucessivas audiências com anteriores e atuais tutelas políticas e militares, e que recorrentemente não encontram resposta.

Vítor Nicolau, da Associação de Praças, apontou que esta reunião servirá para “decidir o que fazer no futuro, em termos de reivindicações”. “Não posso dizer agora uma coisa e depois sair outra da reunião. Vamos estar juntos, as associações e os militares, e depois iremos ver que posição vamos ter perante o Governo”, salienta.

“Basicamente gostaríamos de saber porque ainda não houve a dignidade para reunir connosco. Professores, enfermeiros, médicos, etc, já reuniram com as respetivas tutelas, nós ainda estamos à espera. Já pedimos audiência ao Ministro da Defesa e estamos à espera”, refere Vítor Nicolau, lembrando que “vamos vendo ano após anos a redução do número de efetivos. Se não houver efetivos, não podem haver Forças Armadas. Razões? A falta de reconhecimento salarial, sobretudo. Qualquer caixa de supermercado recebe o mesmo e tem horário. Nós trabalhamos 24 horas por dia e jurámos defender o nosso país”, conclui.

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